PRETA não tem conotação com raças, não quer apelar ao choque, nem causar polémicas. A PRETA é apenas o nome com que os brasileiros tratam carinhosamente a mulher que amam. Quem nos explica a ideia é Jaqueline Custódio, proprietária do novo showroom que abriu na Lx Factory, em Lisboa.
Jaqueline tem 27 anos e não é brasileira, mas tem um marido brasileiro, José Maia, de 33 anos, e juntos trouxeram o conceito das capulanas a Lisboa. Jaqueline é moçambicana e está em Portugal desde 2013 onde, pela primeira vez, começou a a trabalhar neste novo negócio.
Antes de virem para Portugal, viveram no Brasil durante sete meses devido ao trabalho de José na agência de comunicação digital Hermanos. Quando Jaqueline engravidou, decidiram que Lisboa seria o sítio ideal para viver e para criar o pequeno Vicente, agora com dois anos.
Quando o bebé nasceu, José decidiu fazer um parque com rodinhas, com o chão em relva sintética e revestido com capulanas. Quando os amigos viram o resultado final ficaram encantados com os tecidos e padrões que decoravam o parque. A ideia deste negócio surgiu nesse momento.
O casal começou a empresa em 2014 e a 27 de janeiro de 2015 arrancaram com a loja online, mas ao longo do tempo sentiram que os clientes queriam ter mais contacto com os tecidos — feitos em 100% algodão.
Apesar de o conceito ser moçambicano, este não é o país principal onde o casal vai buscar as capulanas.
“Fazemos algumas viagens malucas. Metemo-nos em comboios e aviões para ir à procura dos tecidos. Maioritariamente vamos à Holanda, à Índia e China”, explica Jaqueline. Acontece que vários países produzem as capulanas para países africanos mas adaptam os padrões à sua cultura. Ainda assim, alguns dos tecidos vêm de África.
“O mercado holandês tomou conta dos mercados africanos. A Holanda é a Nike das capulanas”, conta a proprietária.
Há dois meses abriram o espaço na Lx Factory onde, entretanto, já o partilharam com outras marcas. Agora, o showroom é apenas dedicado à PRETA e vai muito mais além do conceito de loja. Brevemente, irá também haver atuações musicais e sessões de cinema. Tudo isto vai começar com o Open Day previsto para novembro.
O conceito africano chegou a Lisboa e nós mostramos-lhe o que lá pode encontrar. Para conhecê-lo, carregue na imagem do texto.