Desde 1899 que a loja Ginjinha Sem Rival, situada na Rua das Portas de Santo Antão, tem sido ponto de encontro de turistas e lisboetas que querem provar o famoso licor de ginja. Depois de mais de 100 anos aberto ao público, o espaço histórico, que já vai na sua quarta geração, está agora em risco de fechar as suas portas.
O edifício onde a loja está instalada foi vendido e o atual proprietário não parece ter intenções de manter o estabelecimento. O dono quer transformar o prédio numa unidade hoteleira.
“Um ataque às lojas com história e à cultura”, desabafou Nuno Gonçalves, gerente da Ginjinha Sem Rival, em declarações ao “Correio da Manhã”. O jornal adianta que o contrato de arrendamento está a terminar e a inexistência de uma lei que projeta o comércio histórico é motivo de preocupação. O gerente do estabelecimento revelou ainda que a Câmara Municipal de Lisboa está a par da situação e que o prometeu ajudar.
Considerada uma Loja com História, o espaço foi fundado no final do século XIX pelo avô dos atuais proprietários e ainda mantém a sua traça original. Um dos destaques é o licor Eduardino, em homenagem ao palhaço que costumava atuar ao lado do Coliseu, e que era um cliente habitual.
“Eduardo compôs num rasgo alegre de inspiração uma bebida com a esperada ginja mas também com anis e outros cheirinhos. A composição agradou tanto que pegou, em pouco tempo apareceu engarrafada e rotulada”, lê-se na página das Lojas com História.
O estabelecimento é uma das três casas de ginjinha que ainda se mantém abertas no coração de Lisboa. A Espinheira, no Largo de São Domingos, e a Rubi, na Praça da Figueira, são as outras duas.