Anita Tumanyan e Denis Nikiforov são dois dos muitos russos desiludidos com o futuro do país natal, que escolheram, nos últimos anos, Portugal como refúgio. Vieram com os filhos e uma enorme vontade de mudar de rumo. Na bagagem veio ainda o amor pela comida, um sentimento agora consumado no Alba, um bistro inaugurado no final de outubro com uma promessa ambiciosa: um brunch que quer ser “completamente diferente” dis que já existem em Lisboa.
“Portugal pareceu-nos o sítio certo para recomeçar. Aqui, juntaram-se uma série de fatores, incluindo um povo simpático, ricas tradições históricas e culturais, um clima agradável e paisagens deslumbrantes”, explica Denis Nikiforov, de 43 anos.
Vêm ambos de áreas distintas. Anita tem experiência em administração e marketing e trabalhou na área do entretimento. Denis trabalhava numa empresa do ramo imobiliário, como gestor, um emprego que acumulava com a produção de programas de televisão. Com a ajuda de um terceiro parceiro, um consultor com uma quinta em Portugal, conseguiram reunir as ferramentas para criar o conceito que tinham desenhado.
“O nosso objetivo era desenvolver um espaço de pequeno-almoço único que se distinguisse dos muitos restaurantes genéricos de brunch de Lisboa. Uma das principais caraterísticas é o facto de termos o primeiro bar de matcha autêntico da cidade.”
Para concretizarem o plano convidaram Stas Melnyk, que brilhou como sous-chef em projetos nacionais como o Kefi, o Zula e o Liberty Café. “Ele traz a maturidade e o conhecimento para fazermos abordagem criativa aos pratos tradicionais. E tivemos ainda a ajuda de Dmitrii Roshchin, que ajudou a conceber todo o conceito e a ementa. Ele é coproprietário de muitas empresas de alimentos e bebidas e trabalha como consultor criativo, fornecendo conceitos e estratégias para diferentes projetos”, explicam.
Anita e Denis definem a cozinha do Alba como uma mistura internacional com o uso de ingredientes portugueses e sazonais. “Os nossos destaques recaem no popular pequeno-almoço dinamarquês (12€), composto por um prato com pão de forma, queijo gouda, abacate, ovo cozido cremoso, manteiga e compota de frutos silvestres”, referem. Mas há mais “petiscos imperdíveis”. O casal aconselha os clientes a provarem os croquetes de batata com creme azedo e caviar vermelho (12€) e “pelo menos uma das omeletes” — a de espargos, espinafres, creme de limão e ervas frescas (14€) é uma das bestsellers.
Na lista há ainda espaço para a versão própria da tosta francesa, croque madame (14€). No Alba esta sanduíche é feita com pão brioche e recheada com presunto, gouda, ovos mexidos e molho de trufas.
A carta de bebidas segue a mesma filosofia que vemos no menu de comida, com ênfase para propostas saudáveis, que combinam com o nome escolhido. “Alba significa ‘amanhecer’ em latim, representa o início do dia, a energia e a leveza, encorajando o autocuidado e a infusão de energia natural”, explicam. E para “começar bem o dia” recomendam que os clientes provem algumas das especialidades do bar de matcha. O chá vem de Quioto e dá origem à versão mais clássica (4€) a misturas mais invulgares como a Hojicha (4€), feita com folhas torradas com notas de caramelo e nozes.
“Todas podem ser consumidas em shots ou em formas mais tradicionais, como os lattes. Para quem preferir há ainda café, feito com grãos torrados pelo nosso fornecedor a amigo Puchero de Valladolid, em Espanha”, explicam.
Seja qual for a opção, primeiro terá de escolher onde a quer provar: se no interior do Alba, com 28 lugares, ou num dos 12 lugares na esplanada. O espaço foi decorado pelos sócios “com a intenção de criar uma casa contemporânea, luminosa, apelativa e acolhedora”.
Carregue na galeria para ver alguns dos pratos do novo brunch de Lisboa.
