Quando entrar no número 66A da Rua de São Bento, em Lisboa, espera-o uma experiência bem diferente da que teria (ou teve) no passado. Aquele que era conhecido por ser um restaurante de comida caseira, que transportava os clientes com algum requinte até à Ásia — mas com aquele toque português tão característico — deixou de ser o Dartisto.
Alterou-se o nome, mudaram-se os donos, e transformou-se o conceito. No fundo, ficou apenas o pequeno espaço — e até esse sofreu renovações. O balcão comprido e os seis bancos altos em madeira ali continuam, sim, mas onde existia antes um quadro, foi colocada uma grande sinalética com luzes neón. O que ali se lê não deixa lugar para dúvidas.
“Cali” é a palavra que ilumina a parede do fundo por cima de pequenos azulejos laranjas. E, ainda que o vocábulo posso levá-lo diretamente para a cidade colombiana conhecida pela salsa e pelos muitos clubes com alguma da melhor gastronomia (atrevemo-nos a dizer), a escolha do nome para o novo projeto da capital deveu-se a outro motivo. Um com quatro patas.
“Temos uma cadela Jack Russell com esse nome”, começa por nos contar com tom de graça André Sicília da Silva (de 36 anos), um dos fundadores do negócio. “E já que é uma palavra que nos remonta à onda latina, à Califórnia e à Colômbia, fazia todo o sentido chamá-lo assim. Está tudo ligado”.
Continua confuso quanto ao conceito? Nós explicamos. Quem entra agora na pequena porta da rua de São Bento, fá-lo pelos cocktails — mas não só. Aqui há mistura de bebidas alcoólicas, sim, mas há também propostas de vinhos, e de “comidas para picar, com calma, e de faca e garfo”. A inspiração, claro, é tropical.
Há tacos de carnitas (7,5€) e de atum (8€). Há também guacamole (5,5€), pork belly bites (7€) e ceviche (9,5€). As tábuas de chouriço português, presunto e queijo (14€) também não faltam. No final, o beijo de morango (4,50€) adoça qualquer visitante. Ainda assim, é mesmo pelo leque de bebidas que muitos aqui chegam. Afinal, esta unidade é mesmo apelidado como gastrobar.
Entre os seis cocktais de autor preparados por Laura Ruiz, a segunda sócia do Cali (de 24 anos), pode escolher o Bica da Maria (8,50€) ou o La Rumba (10€). Se for fã de maçã, são os próprios donos quem recomendam o Matcha Appletini (9€).
Os clássicos, esses, também são aqui feitos. Tem o mojito (7,50€), a caipirinha (7,50€) e, claro, a caipiroska (7,50€), o negroni (8€) e a margarita (9€). O wiskey sour (9€), o moscow mule (8€), o expresso martini (8€) e o old fashion (9€) também fazem parte da carta.
E se a experiência não é nova para Laura, que trabalhou durante dois anos em coquetelarias em Barcelona, André não pode dizer o mesmo. “Sou empresário, tenho vários negócios na área do turismo e da cultura, mas nunca tinha trabalhado em restauração. Mas este espaço em São Bento caiu-me nas mãos e decidimos abrir aqui o Cali”, conta-nos.
Não se deixe enganar pela pequena dimensão. Apesar de só ter oito lugares sentados, e de não ter esplanada, lá dentro não existe limite de lotação. Todos são convidados a entrar, petiscar e beber, ao som de ritmos tranquilos e num ambiente bem tropical.
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