Mais textura, mais elasticidade e um sabor totalmente diferente do habitual. “É como se fosse um abraço”, explica Zeina Merhi, sobre o gelado que está no centro de todas as atenções na nova gelataria lisboeta.
A receita vem diretamente do Líbano, país de origem da especialista em marketing de 30 anos que aproveitou a pandemia para se mudar para Lisboa. Na altura, teve a ideia de apresentar aos portugueses um produto que a maioria desconhece: o ashta. O conceito foi materializado em junho, em Alfama.
A lista de ingredientes parece igualmente exótica: é feita com pó de salepo, retirado das raízes moídas das orquídeas; e goma de mástique, que “dá ao gelado a sua elasticidade. A combinação leva ainda alguns ingredientes mais conhecidos daquela região do globo, como a água de rosas e flor de laranjeira.
A ashta surge aqui numa versão gelada, semelhante à de um gelado, embora de textura distinta. E assim emprestou o nome à Ashtini.
“A textura é realmente especial, além do facto de o sabor ser super refrescante. Também por isso escolhemos este slogan: é como se receber um abraço quando provamos”, explica a libanesa.
A especialidade pode, com todos os outros gelados da loja, ser provada com vários toppings, do mel ao pistácio, passando por outra curiosidade: o algodão doce libanês, ao qual chamam de “barbas do avô”, precisamente pelo seu aspeto esfiapado e cor branca.
Em homenagem a Lisboa, os responsáveis criaram igualmente um sabor a pastel de nata, que se junta a outros clássicos como o de café, chocolate, baunilha, pistácio, mango, limão e morango. Neste caso, as receitas seguem uma versão mais aproximada daquela a que os portugueses estão habituados. Tudo pode ser provado em copo ou cone, com preços que começam nos 2,6€. O Ashta começa nos 4,6€ e pode ir até aos 7,4€ pelo tamanho grande.
Mas há mais coisas para provar na Ashtini. O ashta é igualmente servido com croissant (7€) ou servido a acompanhar uma sobremesa clássica do Líbano: e o Knefe (8,2€) é feito com massa kataifi crocante a envolver queijo, tudo isto coberto com xarope de açúcar, pistácio e o tal algodão doce libanês.
Estas são as principais sugestões da NiT que vale a pena conhecer na pequena loja de Alfama — resultado de uma odisseia difícil que durou mais de um ano.
“É muito difícil encontrar espaços pequenos em Lisboa por preços acessíveis”, nota Zeina Merhi. Assim que os investidores descobriram a loja, não hesitaram — avançaram para uma renovação total e criaram um espaço colorido e vibrante, entre néons, arcadas que se prolongam loja fora e pequenas nuvens que pairam sobre o balcão. Embora não pareça, há várias mesas no interior para quem não quer apenas comer e seguir caminho.
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