A caipirinha foi o primeiro cocktail que Rafael Agapito, 37 anos, aprendeu a fazer com o avô no Brasil. Tinha oito anos e a mistura foi feita como deve ser, com álcool e tudo. Na altura mal sabia que viria a trabalhar na área da coquetelaria e também que faria de tudo para impedir os clientes do seu novo bar de Lisboa, dedicado à cachaça, de pedirem a famosa bebida do país e aquela que foi a primeira que alguma fez.

O Copa, inaugurado em junho na Rua dos Mastros, pretende ser uma ode ao destilado brasileiro, mas com destaque para os pequenos produtores do Brasil, que não são tão conhecidos na Europa, e também para outras combinações de cocktails que vão muito além da caipirinha.

“Faço a caipirinha se o cliente pedir, mas tento sempre sugerir outras das sugestões que temos. Queremos mostrar versatilidade e levar as pessoas até uma nova ideia”, explica à NiT Rafael Agapito. Nasceu em Santos, no Brasil, e esta não é primeira experiência que tem na área de bar.

Saiu do Brasil com 18 anos e foi na Irlanda que passou grande parte dos últimos 14 anos. Em Dublin, mas também noutras cidades, trabalhou em hotelaria, geriu bares e também fez consultoria de cartas e várias formações. Em 2019, regressou a Lisboa, onde abriu um bar com um amigo irlandês, o Onda Cocktail Room.

Esse espaço ainda existe, na zona da Graça, mas Rafael já não faz parte do projeto. Decidiu criar outro conceito, o Copa, juntamente com a companheira, Louise Grimoir. “O Copa foi um projeto maior do que pensava que ia ser e tinha de estar 100 por cento dedicado. Era uma ideia que já tinha há algum tempo, o de promover a cachaça e uma maneira diferente de dar aos clientes uma boa experiência.”

Em fevereiro deste ano entrou pela primeira vez no espaço da Rua dos Mastros, naquele que viria a ser meses depois o Copa. Fez todas as obras e a decoração com a namorada, desde os balcões, às cadeiras, luzes e bancadas da cozinha.

“Não acho que a cachaça seja um produto desvalorizado, mas há ainda muito desconhecimento. Pretendo que o Copa seja um veículo para trazer boa cachaça do Brasil, mas também outros destilados menos conhecidos da América Latina, do Japão ou da China.”

Na carta são neste momento 22 as marcas de cachaça disponíveis, todas de pequenos produtores e independentes. Entre elas está a que Rafael criou há 10 anos, a Fubá, que é produzida em Minas Gerais. Para as provar foram criadas umas tábuas de degustação que são acompanhadas por panfletos com a descrição e as características de cada uma. Depois, claro, há todo um conjunto de cocktails e já percebeu que a caipirinha deve ser a última coisa que deve pedir.

Tudo isto pode ser acompanhado por uma carta de petiscos com sugestões da América do Sul e Central, preparadas com ingredientes nacionais. Tem, por exemplo, pão de queijo (5€), croquetes de carne e vegetarianos (4,50€), sanduíche de mortadela (6€), chouripão (6€), couve flor grelhada (4,50€), ou tentáculo de polvo (7,50€).

Aos fins de semana servem um brunch tropical entre o meio-dia e as 16 horas. O Copa tem capacidade para 24 pessoas no interior. Aos sábados e domingos montam também a esplanada que dá para mais 16 pessoas.

Em breve será criado um novo espaço de prova onde será possível comprar garrafas de cachaça. Irá ainda ser montado um serviço de subscrição onde as pessoas podem receber todos os meses doses de cachaça para experimentar.

Carregue na galeria para conhecer melhor o novo Copa.