Cafés e Bares

A famosa Pastelaria Suíça vai fechar — e não é a única

A Câmara Municipal de Lisboa fez o anúncio e explicou por que é que estes espaços não estão inseridos no programa de proteção Lojas com História.

O espaço existe há quase 100 anos e recebe muitos turistas.

Mais uma quebra na Baixa lisboeta. A histórica Pastelaria Suíça, no Rossio, fundada em 1922, vai fechar brevemente — e não é a única. A autarquia confirma que a Joalharia Correia, na Rua do Ouro, e a loja de decoração Ana Salgueiro, na Rua do Alecrim, também vão encerrar.

A notícia foi comunicada à Câmara Municipal de Lisboa (CML) “há uma semana”, diz o “Público”, numa carta que terá sido enviada pelo proprietário da pastelaria, Fausto Roxo. “Afigura-se necessário, num futuro próximo, o encerramento da Pastelaria Suíça, pelo menos no espaço que agora ocupa”, diz a carta.

O encerramento estará relacionado com a venda de todo o quarteirão onde está inserida a Pastelaria Suíça. A notícia é de março — o fundo espanhol Mabel Capital, em que um dos investidores é o tenista Rafael Nadal, comprou todo o quarteirão por 62 milhões de euros, ou seja, cinco mil euros por metro quadrado.

Segundo o “Expresso”, que divulgou a notícia na altura, ainda não se sabe o destino que os prédios poderão ter. A Seoane, a empresa de detinha os edifícios, queria ter feito ali um hotel de cinco estrelas com 106 quartos. O projeto tinha sido aprovado em 2009, numa altura em que António Costa era presidente da Câmara, mas acabou por não avançar depois da contestação do movimento Cidadãos Por Lisboa.

A Seoane, responsável pelo hotéis Olissippo, acabou então por vender os imóveis que tinha adquirido em 2003. No projeto estava incluído manter a Pastelaria Suíça.

Na carta enviada à autarquia, Fausto Roxo disse que desistiu da candidatura ao programa de proteção Lojas com História, a que se tinha submetido há cerca de um ano. “Desde o momento da aludida candidatura até à presente data, ocorreram várias vicissitudes, que tiveram e têm tido um impacto negativo na exploração comercial da Pastelaria Suíça, impossibilitando a sua viabilidade, subsistência e continuidade no futuro”, diz o empresário, segundo o “Público”.

Na reunião pública em que a câmara fez o anúncio, o vice-presidente da CML, Duarte Cordeiro, disse que a pastelaria com quase 100 anos e as outras duas lojas não puderam ser incluídas no programa porque já existiam negociações “no sentido de chegar a acordo para cessar atividade”. Nesses casos, esta classificação especial não pode ser atribuída, para não servir como meio de especulação no mercado imobiliário.

Nessa mesma reunião foi aprovado que espaços com oficinas de manufatura, como o atelier da Livraria Ulisses, a padaria da Panificação Mecânica, as destilarias da Ginjinha sem Rival e da Ginjinha Rubi e a fábrica de gelados A Veneziana, entre outros 14 do género, ficam protegidos de despejo.

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