Isa Letra, hoje com 32, queria ser estilista desde os 13 anos. Contudo, em 2008, quando chegou o momento de ingressar na universidade, escolheu outro caminho. “Sou de Espinho e as alternativas eram em Lisboa e demasiado caras para as minhas possibilidades da altura. Acabei então por entrar na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, no Porto, o que se revelou uma bonita surpresa”, começa por contar à NiT.
“O primeiro ano juntava um pouco de todas as áreas, o que me conquistou, sobretudo pela parte da interpretação. No segundo, contudo, já sabia que não era bem aquele o caminho a seguir. O problema é que também não tinha ideia do que queria fazer”, acrescenta.
A resposta, ou pelo menos algo próximo disso, surgiu em 2011, quando Isa foi convidada a participar no brunch dos Maus Hábitos — reconhecido espaço portuense de intervenção cultural que junta música, exposições, comida e cocktails num único sítio.
“Ali descobri a vontade de ser pasteleira. Concluída a licenciatura, em 2012, decidi então embarcar para São Paulo, no Brasil. Tinha lá família e desafiaram-me a fazer uns cursos de curta duração para ver se era mesmo aquilo que queria. Foi lá, num Centro Especializado em Gastronomia, que me especializei em macarons e aprendi técnicas base de pastelaria, por exemplo”, diz.
A “formação mais a sério”, porém, já teve lugar em Portugal, na Escola de Hotelaria e Turismo de Porto. “Fiz o curso de gestão e produção de pastelaria e, desde então, já trabalhei como pasteleira em vários locais conceituados, do Barão de Fladgate, o restaurante das Caves Taylor’s, às cozinhas do PortoBay Teatro e do Vila Foz Hotel & Spa”.
Há cerca de três anos, com o nascimento do filho, tudo ficou mais complicado. “Sou mãe solteira e isso pesava muito na procura de emprego. Não conseguia fazer horários repartidos, porque não tinha com quem o deixar. Quando saí da Miss Pavlova, onde estive algum tempo em 2021, aproveitei para montar um negócio próprio, o Isa’licious.”
O espaço, em São João da Madeira, no distrito de Aveiro, abriu em setembro de 2022. “Sendo sincera, a escolha da cidade deveu-se ao facto de ter rendas mais acessíveis. Também já estava habituada a trabalhar fora da minha zona de residência. No espaço, que renovei totalmente, funcionava um restaurante de carnes fumadas. A ideia sempre foi que funcionasse como um local para levantar encomendas, mas as pessoas podem sentar-se e provar o que houver nesse dia. Há sempre macarons (1,4€), cookies (1,5€), biscoitos (2€), bolo individual (3,5€) e brigadeiros (1,4€)”, enumera.
A grande estrela da casa, contudo, são os bolos personalizados, feitos à medida de cada cliente (a partir de 25€). “As pessoas podem dizer exatamente o que pretendem ou indicar um tema e trabalho a partir daí. O certo é que não há dois bolos iguais. Todos são feitos de forma exclusiva.”
Entre as propostas que realiza a pedido, o grande destaque vai para os bolos Spotify (17€/unidade). “Os interessados apenas precisam escolher uma música disponível no Spotify. Dizem-me qual é e vou à plataforma ver qual o código que lhe corresponde — todas as canções têm um. Depois desenho-o no doce e quem o receber apenas precisa de apontar o leitor (disponível na zona de pesquisa da app), e a música começa a tocar. É uma boa forma de fazer uma dedicatória especial a alguém”, conclui.
Carregue na galeria para espreitar algumas das delicisosas criações de Isa Letra.
