Se passou pela rua Poço Novo, em Cascais, nos últimos meses, é provável que tenha ouvido o barulho vindo do Izakaya, o novo bar japonês com assinatura de Tiago Penão, de 34 anos. É, segundo descreve, o “irmão rebelde do Kappo”, o seu outro projeto na vila também direcionado aos fãs de comida japonesa.
“É um sítio mais irreverente, mais jovem, sem qualquer tipo de ambições a não ser servir boa comida e ser um espaço divertido”, conta o também chef executivo à NiT. Os izakayas são bares típicos do Japão, semelhantes às nossas tascas ou aos pubs do britânicos. “É onde pedem comida mais do dia a dia e onde bebem bastante”, revela.
A decoração transporta-nos para o país do outro do globo. Tiago queria que refletisse os ambientes que se encontram facilmente nos becos de Tóquio — optou por graffitis nas paredes e néons vistosos. A batida que ecoa pelo espaço reflete gosto pessoal dos trabalhadores, ávidos fãs de hip hop old school.
O Izakaya não deve ser o destino de eleição em dias em pretende relaxar, tampouco esteja à espera de um bar tranquilo. É um sítio barulhento, “com música alta e muita coisa a acontecer ao mesmo tempo. É um caos organizado, por assim dizer”, descreve o responsável. Na aposta gastronómica tentaram ser 100 por cento fiéis àquilo que se serve no Japão neste tipo de espaços. A ementa inclui várias iguarias tipicamente japonesas, que funcionam quase como snacks.
Os yakitoris são uma das grandes apostas. Tratam-se de espetadas feitas com diferentes partes de frango grelhadas. Pode optar por coração (8€), moelas (9€), fígados (6€), coxa com cebola (8€) e com pele (5€), entre outras. “É algo muito típico do Japão e que em Portugal não existia”, aponta Tiago Penão. Também pode provar o tsukune, um género de almôndega que é depois servida com gema de ovo temperada com soja e sésamo.
Um dos favoritos, contudo, é o katsusando (16€), uma sandes que, para o chef, é a melhor do mundo. É feita com porco e, no Izakaya, fazem o próprio pão e a maionese que elevam aquele snack a um novo patamar. Quem não é fã de carne e prefere peixe, não foi esquecido. Na ementa encontra o unaju (15€), uma enguia grelhada com pickles.
Estes pratos e os respetivos nomes conseguem deixar qualquer um assoberbado, especialmente quando os que não estão familiarizados com a cozinha japonesa. Não se preocupe: no Izakaya existe uma carta para os vão provar estes especialidades pela primeira vez. Chama-se Omakase, palavra que, em japonês, significa “entregar-se nas mãos do chef”, em linha com a ideia de partilha em que se baseia este bar em Cascais. Custa 65€. “É melhor para quem não conhece, e deixam-nos mostrar o que é a comida de um izakaya”, refere.
As especialidades exóticas podem ser atrativas para os foodies e todos os que gostam de provar novos sabores, mas a verdadeira estrela deste conceito é o álcool, onde a ideia é “beber muito” e ir petiscando qualquer coisa. A carta inclui vários clássicos do Japão: o chuhai (10€), feito com aguardente e soju; o high ball (12€), com whisky; as cervejas artesanais (4€) e, claro, “saké com fartura” (8€). Além destes, o chefe da sala prepara cocktails de assinatura, como a Margarita (15€) com pimenta sansho e molho de kim chi — que é, no fundo, couve fermentada. Se a descrição não o convenceu, saiba quer a proposta tem “uma aceitação muito grande” por parte dos clientes, garante o responsável.
Carregue na galeria e fique a conhecer melhor o novo (e irreverente) bar de Cascais.
