Há muita coisa a acontecer no número 26 da Rua Marechal Saldanha, na Bica, em Lisboa. O antigo prédio onde funcionava uma associação cultural estava algo degradado, mas, desde o final de setembro, que o espaço está como novo. É ali que vive o Lapo, um projeto que junta um café cheio de petiscos e cocktails, uma loja com ilustrações criativas em T-shirts (e não só) e uma sala de espectáculos que recebe também jantares.
O projeto esteve em obras ao longo do último ano e meio. O recém casal António e Bruna Guerreiro é o responsável pelo Lapo. António já tinha trabalhado em produção de eventos, Bruna em animação e design. Os dois juntaram as duas valências profissionais, tudo o que sempre gostaram e consomem em termos culturais e, no final, decidiram avançar com o negócio.
“Há muito tempo de queria abrir algo com uma programação mais alternativa. Já a Bruna queria ter uma loja com as suas ilustrações”, explica à NiT António Guerreiro. A loja fica no piso inferior do edifício. Por ali encontra as T-shirts em cabides e dobradas, todas com as ilustrações da Lapo. “A marca é muito focada no ser português, sempre com algum humor e sarcasmo”, conta Bruna Guerreiro. As T-shirts estão em maioria, mas as ilustrações podem também ser aplicadas em quadros, azulejos e telas que também estão na loja. “Já tivemos muitos turistas que levaram de recordação. É sempre diferente do que levar uma sardinha.”
Neste piso, o provador da loja dá ainda acesso a uma sala escondida, a Sala do Provador, onde se realizam jantares e espetáculos de várias áreas. No site do Lapo é atualizada toda a informação com as performances a que poderá assistir. Ana Câmara é a diretora artística e a responsável pela dinamização deste espaço.
O bilhete custa 40€: dá direito à refeição e a assistir ao evento. Se quiser só assistir, há um ingresso especial a 10€, que só está disponível se houver lugares na sala. Há atuações de stand-up comedy, teatro, música ou dança. Muito eclético e sempre com propostas bastante arrojadas e pensadas ao pormenor para ali serem apresentadas. A entrada faz-se pelo provador, mas só na altura em que a loja está encerrada, para não correr o risco de alguém estar a trocar de roupa. Também se fazem jantares sem o espetáculo. Aí tem um menu à la carte.
Já no piso superior, o café do Lapo está aberto durante a semana e ao sábado. O espaço divide-se entre duas salas, um terraço e um balcão de bar. A decoração vai mudar de tempos a tempos, já que aqui também vão fazer residências artísticas. Numa das salas está parte da coleção privada de discos, vinil e livros de António e Bruna Guerreiro. Aqui é ainda possível assistir a sets só com vinil.
O menu que têm neste momento ainda está em regime de soft opening. Há gambas fritas com alho e malagueta (8,50€), prego do lombo de vitela (9€), prego de atum braseado em bolo do caco (9€), tábua de legumes com húmus e pão (3,60€), ou de porco preto com compota de uva e raspas de limão (8€). Tudo para petiscar ao final da tarde (e não só) acompanhado por um dos cocktails de autor.
Estão identificados na carta como sendo antídotos. Tem o Contra o Medo da Opinião Pública (9€), preparado com medronho, sumo de limão, clara de ovo e água com gás; o Contra a Inveja (9€), com aguardente da Lourinhã, sumo de limão e clara de ovo; ou o Contra o Cão Raivoso (9€), com vodka, açaí e lima, que é entregue com um pequeno ladrar pelos empregados. No menu estes cocktails são sempre acompanhados por um texto que um autor escreveu sobre o tema.
E claro que não faltam as opções mais clássicas, como os mojitos, caipirinhas, pina colada ou Aperol. Às quintas, sextas e sábados, o café do Lapo está aberto até às duas da manhã.
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