Os grandes ídolos de Hady Salhab, de 44 anos, não são jogadores de futebol, artistas do século XXI ou atores de grandes blockbusters. São, sim, Jack Garcia e Jackie Gleason. O primeiro foi um designer de interiores que ajudou a reviver o estilo Art Déco na década de 70. Já o segundo foi o compositor, ator, cantor, e apresentador de televisão.
Ambos inspiraram o Oui Jackie, o novo cocktail bar de Lisboa. O nome do espaço criado por Hady é, claro, uma referência direta a “ambos os Jacks”, explica à NiT.
Natural do Líbano, mais especificamente de Beirute, Salhab mudou-se para Lisboa há cerca de ano e meio. A decisão não foi fácil, mas “tinha de ser tomada, explica. “O meu país atravessa uma grande crise económica, que ficou ainda mais acentuada após a grande explosão em 2020”, lamenta.
Já tinha vindo a Lisboa no passado para organizar casamentos e muitos outros eventos. A sua carreira, contudo, começou no ramo da advocacia. “Ao mesmo tempo, geria um restaurante da minha família. No início dos anos 2000 mudei-me para Barcelona e comecei a trabalhar em cadeias hoteleiras como Sheraton, W e Intercontinental”, recorda. Depois de estar em Espanha durante cerca de seis anos, criou uma sociedade em Beirute, cidade onde abriu vários conceitos.
Com os dois parceiros, mudou-se para a capital portuguesa e, sendo ele um homem que não gosta de estar parado, começou logo à procura do espaço que viria a receber o Oui Jackie. Depressa descobriu o lugar ideal em Santos, mas o processo de abertura do bar foi tudo menos célere. “Visitei-o pela primeira vez em junho de 2022, mas a inauguração aconteceu apenas em julho deste ano”, diz.
O interior teve de ser completamente reformulado para acolher a visão de Hady: um local que retratasse na perfeição os loucos anos 20, onde o Grande Gatsby fosse beber um copo ou Louis Armstrong pudesse atuar.
“Ofereço uma experiência de luxo, algo que se reflete na decoração”, garante. Os detalhes em veludo e dourado ajudam a criar um look requintado no Oui Jackie. No fundo, ouve-se sempre um jazz tranquilo ou algo mais funky, complementado pelas luzes fracas (proporcionando assim um ambiente romântico). “O nosso público-alvo são os jovens profissionais e adultos influentes que não se importam de pagar um pouco mais por um cocktail que é realmente bom”, aponta.
Na carta encontra os clássicos, como o Mai Tai (11€), Old Fashioned (10€), Between The Sheets (12€), Bloody Mary (12€). Depois, tem algumas propostas mais fora da caixa, idealizadas pelo proprietário. Uma que se tem destacado é o Portuguese Mule, uma abordagem diferente ao Moscow Mule. Custa 11€ e é feita com uma vodka que tem uma infusão de coentros, açúcar, aipo e ginger beer.
Embora no passado tivesse trabalhado principalmente com restaurantes, Hady considera um bar uma aposta mais sensata. “Normalmente, estes são os estabelecimentos mais seguros num mercado que não conhecemos bem. É impossível um bar dar errado”, brinca. Consegue receber cerca de 35 clientes no interior e 16 na parte de fora.
Todas as decisões foram pensadas ao pormenor, incluindo, claro, a localização. Além de estar num edifício que o conquistou assim que o conheceu pela primeira vez, o Oui Jackie ergue-se numa das suas zonas favoritas de Lisboa: Santos. “É uma área que está a crescer bastante. Os turistas vão muito para o Cais do Sodré, Alfama e Príncipe Real. Eu quero estar próximo das pessoas que vivem mesmo na cidade”, assegura.
Carregue na galeria e conheça o novo (e requintado) bar de Lisboa.
