“À meia dúzia é mais barato.” Este poderia ser o lema da Casa do Croquete, onde não fala apenas de preços. Neste espaço dedicado ao tradicional petisco salgado, que abriu portas a 28 de janeiro, em Alvalade, há seis sabores distintos: um clássico, dois com carne de vaca, um de bacalhau, outro de alheira e um de vegetais.
A loja, situada na Rua Silva e Albuquerque, resulta da paixão de três sócios: Miguel Costa, de 38 anos, Ricardo Oliveira, de 29, e António Oliveira, de 28, pelos croquetes. Para contar a sua história, o trio precisa recuar pelo menos uma década, quando um deles decidiu criar um a rota dedicada a esta especialidade.
“O Miguel foi um dos primeiros a fazer um itinerário dos restaurantes ou cafés que serviam os melhores croquetes. Por sugestão dele, fiz o mesmo há uns anos”, refere Ricardo Oliveira.
Durante os convívios, que invariavelmente terminavam à mesa, a vontade de investir num negócio próprio, ligado à restauração, vinha sempre à baila. No entanto, nenhum deles tinha interesse em abrir um restaurante tradicional. Como partilhavam o gosto pelos salgados, começaram a considerar uma alternativa que colocasse o croquete em destaque.
Convenceram o irmão de Ricardo, o chef António, que já passou pelas cozinhas do Solar dos Presuntos, do Papa Açorda e do Discreto, onde sempre recriou a especialidade. O cozinheiro assumiu a responsabilidade de desenvolver várias receitas, e os últimos seis meses foram dedicados a experimentar os diversos sabores.

“Uma das condições que estabelecemos foi manter a tradição. O formato e o sabor tinham de se aproximar aos que víamos as nossas avós a fazer. E conseguimos. Temos um croquete onde se aprecia o aroma da carne”, afirma um dos sócios.
Entre os seis croquetes do menu, três são de carne: novilho (1,80€), cachaço (1,80€) e vitela (1,80€). Os restantes são “muito diferentes”, incluindo um croquete de peixe (1,80€) feito com bacalhau, um de alheira (1,40€), com formato de bola, e um vegetariano (1,80€), com feijão-branco e espargos, criado a pensarem quem não come proteína animal. Outra opção é o croq burger (6,50€), um hambúrguer em que o disco de carne picada é substituído por dois croquetes.
A Casa do Croquete foi idealizada como “um espaço simples e despretensioso”, onde 18 clientes podem provar um croquete, sentados ao balcão ou nas mesas, acompanhado por um copo de vinho, ou uma imperial. Durante o verão, a intenção é ter uma esplanada. Entretanto, até lá, também é possível pedir a especialidade para casa, através das plataformas de delivery.
Embora tenha sido inaugurado há apenas uma semana, a produção do espaço já atinge cerca de 400 croquetes diários para satisfazer a procura. “Os primeiros dias superaram as nossas expectativas. Como estamos num bairro tradicional, há uma grande curiosidade pelo que é novo. Além disso, os miúdos adoram croquetes e trazem os pais para experimentar”, comenta Ricardo.
Os entusiastas das rotas de croquetes também não faltaram à chamada da nova casa, onde também podem almoçar. Os sócios elaboraram três menus em que o salgado pode ser acompanhado com arroz de tomate, de alho ou sopa do dia. Os preços dos acompanhamentos variam entre 2,20€ e 4€, e estão disponíveis também para take-away.
“Em Portugal, o pastel de nata é o doce mais emblemático. O croquete é o equivalente no mundo dos salgados. No entanto, sentimos necessidade de dar mais um passo para o democratizar, e provar que não é preciso ir a um excelente restaurante para provar um ótimo croquete”, conclui Ricardo Oliveira.
