Pedro Oliveira e Sandra Castro tiveram poucos dias para colocarem a casa à venda, avisarem nos empregos que iam abandonar o país e encontrar uma casa em Lisboa. O prazo foi estabelecido após surgirem duas vagas para os filhos do casal luso-francês, numa escola em Lisboa. Três anos depois da mudança, continuam felizes por voltarem ao país natal das famílias de ambos e conseguirem, agora, cumprir um objetivo: abrir uma pâtisserie. A BomBom Pâtisserie abriu esta segunda-feira, 9 de dezembro, na zona das Amoreiras.
Sandra sempre foi apaixonada pela área, por isso, quando o marido lhe sugeriu em mergulharem no empreendedorismo e abrir um negócio próprio, ficou encantada com a ideia de ter a sua própria boutique de doces. “Os astros alinharam-se na mesma altura em que a minha mulher me mostrou o Instagram da chef Juliette Bayen. Fiquei maravilhado com a técnica e a apresentação dos bolos. Na mesma semana que marcamos um encontro com ela, descobrimos uma loja na zona onde vivemos e onde os nossos filhos estudam e não tivemos dúvidas que estava na hora de criarmos a Bombom”, conta Pedro Oliveira de 42 anos.
O nome foi pensado enquanto Pedro ouvia uma das suas artistas favoritas, Mayra Andrade, que tem um tema chamada “Bombom”. “Não podia assentar melhor. Funcionava em francês, em português, representava o nosso conceito e ficava no ouvido”, conta o gestor, que dedicou os últimos 12 anos à direção comercial de uma startup.
Tal como tudo o que estava relacionado com a vontade da família, de ter uma experiência diferente, fora de Paris, também o processo de escolha de nome e de conceito foram resultados de coincidências e momentos espontâneos. “Queríamos mudar de vida, ter uma nova experiência. Não estávamos a fugir de nada, mas a pandemia ajudou-nos a tomar esta decisão de fazer algo diferente”, conta.
A única condição que tinham era que a mudança tinha de ser feita para Portugal, a terra natal dos pais. Lisboa foi escolhida após várias viagens à capital, que os deixou impressionados. Inscreveram os miúdos no Liceu Francês, uma vez que não falavam português e aguardaram pelas vagas para darem o passo definitivo de se mudarem. “Em junho de 2021 ligaram-nos a dizer que tínhamos duas vagas e tínhamos alguns dias para tomar a decisão. Tratámos logo de tudo”, explica.
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Passados três anos faltava apenas concluir um sonho: ter um negócio próprio, ou melhor, uma pâtisserie. “Queremos trazer a experiência de uma pâtisserie parisiense para Lisboa”, diz, sem rodeios, o proprietário. No entanto, a ideia não era apenas cumprir com o conceito, mas sim com o sabor. “Mais do que os produtos, queríamos trazer os sabores parisienses, que conhecemos desde que nascemos. Temos os verdadeiros croissants, com o sabor tão característico dos mesmos e a prova são os elogios que temos recebido ao longo destes primeiros dias dos clientes franceses”, acrescenta.
Além dos croissants (2€) e dos pain au chocolat (2,20€), no espaço das Amoreiras, com capacidade para 40 lugares sentados, são preparadas sobremesas de autor, como a tarte expresso (32€ para dividir por 4 a 6 pessoas), feita com chocolate e café ou a de framboesa e pistácio (32€ para dividir por 4 a 6 pessoas). Estas propostas são feitas por Juliette Bayen, que estudou a arte da pastelaria francesa na conceituada École Ducasse. “A sua dedicação à arte da pastelaria é evidente em cada doce que cria, combinando técnica irrepreensível com um toque criativo”, elogia Pedro.
No entanto, como também queriam democratizar a pastelaria francesa e criar opções que sejam acessíveis aos lisboetas, decidiram incluir ou choux de bombom, vendidos individualmente por 3€, nos sabores de chocolate, baunilha ou framboesa. “Queríamos ter preços justos, porque sabemos que muitas vezes estão inflacionados ao ponto de Paris e Londres e achamos absurdo porque os portugueses acabam excluídos desses sítios”, diz.
Quem passar pelo espaço durante a hora de almoço pode pedir alguma das propostas rápidas que ali servem. “Esta é uma zona com muitas empresas e escolas e às vezes não há tempo para uma refeição demorada. Por isso incluímos opções como as tartines [um género de tosta]”, diz. Há de abacate e salmão e ovo (12€), com queijo (1,50€) e uma bem portuguesa, com bacalhau desfiado, ovo e cebola (12,80€). Na vitrine têm também sempre quiches com diferentes ingredientes (5,50€).
Para acompanhar há sempre sumos naturais de laranja (3€) ou detox (3,50€). Nos dias mais frios, o melhor será provar um capuccino (3€) ou uma infusão (2,50€). Ao sair, pode ainda comprar alguns produtos de marcas francesas na pequena mercearia que têm junto à caixa com Le chocolat des Français e sumos bio da Alain Milliant.