Os espetáculos no ringue de Rey Mysterio fizeram parte da infância e adolescência de muitos portugueses apaixonados pela luta livre. A ele juntavam-se nomes como Undertaker, o John Cena ou Big Show. Em casa, repetiam-se os golpes e as manobras perigosas feitas nos ringues.
Fazê-lo em 2024, entre adultos, poderia parecer um bocado pateta. Ou talvez não. É todo esse o conceito do Lucha Libre, um dos bares mais insólitos do mundo. Nasceu em Paris, mas por ali não há muito romantismo. Assim que passa a soleira da porta encontra uma mudança de cenário radical. A decoração de inspiração mexicana transporta os clientes para um mundo delirante e espetacular da luta livre.
Cores vivas, desenhos de caveiras estilizados, obras autênticas de artistas relembram a estética deste desporto que em espanhol se chama lucha libre e nasceu precisamente no México, no século XIX. Distingue-se pelo facto dos lutadores utilizarem máscaras coloridas, sequências rápidas e manobras e acrobacias assustadoras.
No pequeno bar no coração de Paris encontra mojitos, tacos e um ringue que os fãs podem alugar para aplicar uns golpes aos amigos — mas tudo em segurança. Quem gostar mais de lutas de sumo pode até vestir os fatos gigantes que imitam os lutadores. E depois é só deixar soar a campainha e lutar.
O ringue fica na cave do bar, numa sala onde cabem cerca de 80 pessoas. É ali que se juntam amadores e profissionais para assistir (ou participar) em alguns dos eventos que o estabelecimento organiza às sextas-feiras à noite. Nos restantes dias está aberto, mediante o aluguer de cinco euros à hora, para quem quiser aventurar-se dentro das cordas.
Quem quiser festejar o aniversário, fazer um team building, despedidas de solteiro ou outro evento especial, pode ainda reservar toda a sala e organizar um evento de lutas marciais. Só tem de fazer uma reserva com alguma antecedência, juntar no mínimo 30 amigos e escolher entre domingos segunda e terças para a data da iniciativa. Nos restantes dias o bar está a funcionar normalmente entre as 18 e as três da madrugada. Se passar lá entre as 18 e as 19 horas pode aproveitar a happy hour em que paga uma bebida e levas duas.
Entre as especialidades do bar destacam-se os cocktails Adios Amigos (12€) com tequila, vodka, rum, cachaça, cana-de-açúcar e Redbull, o homónimo ao bar, o Lucha Libre (10€) com tequila, mezcal, ginger beer e gengibre. Quanto aos shots, as tradicionais “rodinhas” estão na moda, assim como a intrigante “Spécialité Catcheur” (6€) que ninguém sabe o que leva. Mas se não quiser sair da zona de conforto, há sempre os clássicos, cervejas artesanais, vinhos, refrigerantes e mocktails, que é como quem diz: cocktails sem álcool.
Quando a fome aperta não faltam tacos, saldas, hamburguês, algumas tapas e até insetos para os mais corajosos. No final a ideia é sempre a mesma: ir petiscando enquanto se diverte. Para aqueles amigos que não adoram pancadaria, calma. No Lucha Libre também há espaço para música, concertos e até o sempre divertido karaoke.
Como lá chegar
A forma mais fácil de aterrar no ringue é apanhar um avião para Paris. Existem voos de ida para a capital francesa, com partida de Lisboa desde 53€, e do Porto, a partir de 52€. Assim que chegar ao centro de Paris pode seguir direto a pé para o bar. Demora cerca de cinco minutos.
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