Se é certo que 2022 ficou marcado pela abertura de muitos e bons restaurantes em Lisboa, também o é que, em termos de novos bares, a capital assistiu a inaugurações igualmente interessantes no decorrer do ano.
Uma das mais recentes aconteceu a 30 de novembro graças a Constança Cordeiro (32 anos), que no verão de 2018 já tinha presenteado a cidade com a Toca da Raposa, onde apresenta criações de autor surpreendentes. O espaço recém-inaugurado, contudo, destaca-se por servir cocktails que são criados como se de perfumes se tratassem.
“Cada bebida nasce de um processo muito experimental e do apuramento de técnicas particulares, com as quais conjugo entre 10 a 15 ingredientes, que não aparecem listados no menu. Isto porque é o todo, e não o individual, que importa. Daí o nome do bar, que vem de uniflavor. Harmonizamos as frutas, do morango à manga e do maracujá à meloa; os cereais; as plantas silvestres e os minerais nacionais para criarmos sabores únicos e distintos, que não se encontram noutro lado”, explica à NiT a responsável.
Outra proposta bastante atrativa é o Downstairs at Betty’s, que abriu ao público a 11 de novembro. O projeto de Matt Colaguiri, artista visual norte-americano a viver em Lisboa há quatro anos que tem na avó Betty a principal inspiração.
“Na infância, a minha família celebrava os Natais na casa dos meus avós e, depois da ceia e de abrirmos os presentes, íamos todos para o sótão ao fundo das escadas, sentávamo-nos à volta do piano e continuávamos a festa com música. Esta é uma das memórias mais felizes que guardo e quis não só replicá-la dentro do possível, para a reviver, mas também para fazer com que outros pudessem sentir a mesma sensação”, conta.
Para isso, construiu um sítio retro no qual a avó, também ela uma artista, se faz notar em cada canto. “Ela morreu quando tinha 16 anos, mas tudo o que recordo é uma pessoa cheia de vida e cor. Quis que o Downstairs at Betty’s representasse isto mesmo”, acrescenta.
Se passar por lá, vai deparar-se, portanto com “um conceito muito popular em Nova Iorque, com músicos a tocarem piano ao vivo, todos os dias. Depois, se o público quiser, pode acompanhar a melodia. Não é um espaço pensado para a performance ou exibição propriamente dita, e sim para quem, efetivamente, gosta de cantar e apreciar uma boa música, sem microfone, holofotes ou julgamento”.
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