O pão de queijo sempre fez parte da vida de Eduarda Meireles. A brasileira de 31 anos nasceu em Minas Gerais e, quando fazia uma viagem pelo estado, encontrava sempre dezenas de stands na estrada que vendiam estes pães. Assim que chegou a Lisboa, há cerca de cinco anos, decidiu trazer consigo esta parte da cultura do Brasil.
Eduarda mudou-se para o nosso País para fazer um mestrado em Comunicação. Com o passar do tempo percebeu que aquela não era a sua vocação, por isso acabou por se inscrever na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, onde concluiu um curso de Pastelaria, algo que para ela fazia todo o sentido.
“Fui criada pela minha avó e tias-avós. A cozinha surgiu na minha vida de uma forma muito natural e sempre esteve presente”, conta à NiT.
Decidida a massificar o amor pelo famoso pão de queijo, abriu no início de maio a Pão de Quê, uma loja situada no café Savas, perto do Intendente, em Lisboa. Este não é, porém, o seu primeiro projeto de empreendedorismo. Em 2020, criou a Matuta, uma marca online que vende bolos e doces. “Foi a minha primeira filha”, confessa. Desde esta mudança de área que acorda “entusiasmada para trabalhar”.
Neste novo espaço trocou os doces pelos salgados — embora as guloseimas continuem a fazer parte da carta. Ali, não se encontra nada que não seja pão de queijo (vá, as cervejas são exceção). O que muda é mesmo o recheio, com propostas para todos os gostos.
“Quando como os meus bolos já fico um pouco enjoada, mas quando provo os pães sinto uma enorme satisfação”, revela.
Para ela, começar a trabalhar apenas com este produto é como “firmar uma tradição” muito valiosa. “Estou a honrar as minhas raízes”, realça. No início deste mês de junho recebeu a chamada de uma amiga de mãe que lhe disse o quão contente estava por a cultura mineira ser representada em Portugal.
Como seria de esperar, o público que por lá passa é 80 por cento brasileiro. Os elogios já fazem parte do dia a dia da cozinheira. “O maior que recebi foi quando um cliente me disse que sabem mesmo àqueles que ele comia na estrada em Minas Gerais, quando estava a viajar”. Os clientes que visitam a Pão de Quê acabam por ficar lá durante largas horas a conversar ou a conhecer pessoas novas.
No interior, o espaço conseguem sentar cerca de 20 pessoas (os animais também são bem-vindos). A fundadora descreve a decoração como “uma casa de velharias, bem ao estilo das casas das nossas avós.” Uma fotografia da mãe de Eduarda, imagens dos casamentos dos avós, um telefone antigo, uma balança com décadas de existência e uma televisão com crochê por cima são alguns dos detalhes que criam um charme vintage na loja. “Fazem sempre comentários a dizer que viajaram no tempo.”
Linguiça (4,20€); pernil de porco acebolado e farofa de torresmo (4,20€); frango panado e quiabo em conserva (4,60€); tomate seco, mozzarella de búfala, pesto de castanha do Pará e rúcula (4,20€); mix de cogumelos, queijo amanteigado e ovo de codorniz estrelado (4,60€); goiabada e queijo frescal (3,50€); doce de leite e queijo frescal (3,50€); e seis unidades de pão de queijo frito (3€) são as propostas que ali encontra.
Caso queira provar estas receitas e mergulhar na história da gastronomia brasileira, tem de fazê-lo até ao final de julho, altura em que vai fechar a loja. Por enquanto, pode passar por lá à sexta, sábado e domingo, entre as 17 e as 22 horas.
Carregue na galeria para conhecer o novo paraíso do pão de queijo em plena Lisboa.
