Muitos portugueses têm como hábito beber um café numa esplanada ou restaurante todos os dias. Isso poderá mudar nos próximos meses, visto que se espera que a bebida fique mais cara, continuando a tendência ascendente que dura há dois anos.
Tanto o café arábica quanto o robusta estão a atingir valores recorde nos mercados globais. Em Nova Iorque, o arábica chegou aos 4,07 dólares (3,94€) por libra-peso. Já o robusta superou os preços históricos de 1979, alcançando os 5.840 dólares (5.652€) por tonelada em Londres.
Este aumento crescente nos preços é influenciado por uma combinação de fatores: alterações climáticas, perdas na produção e dificuldades logísticas, avança o “Jornal de Negócios”. O Brasil e o Vietname, que são dois dos maiores exportadores de café a nível mundial, estão a enfrentar secas prolongadas, o que, naturalmente, reduz a oferta do grão.
A incerteza no setor também está a ser influenciada pela disputa comercial entre os Estados Unidos e a Colômbia. Tudo começou porque o governo colombiano recusou a aterragem de voos militares norte-americanos que transportavam migrantes deportados.
Em resposta, Donald Trump, o presidente dos EUA, anunciou a imposição de uma tarifa de 25 por cento sobre todos os produtos importados da Colômbia, com a possibilidade de aumento para 50 por cento. O presidente colombiano, Gustavo Petro, retaliou ao ordenar um aumento de 25 por cento nas tarifas sobre produtos provenientes dos Estados Unidos, com a intenção de redirecionar as exportações colombianas para outros mercados.