Entradas secretas, petiscos caprichosos, locais fotogénicos e bebidas que misturam perícia e originalidade. Em 2024, o País recebeu vários conceitos inovadores no que toca a bares. Ao longo das últimas semanas, a NiT elegeu os cinco cafés e bares mais incríveis do ano. Agora, cabe aos leitores eleger aquele que mais se destacou. Até 19 de fevereiro, terão a oportunidade de escolher os nomeados favoritos na votação que está a decorrer online.
Do coração de Londres chegou a Lisboa um bar conhecido por oferecer cocktails de autor enquanto se ouve jazz dos anos 50, country rock ou pop clássico. O Spiritland ganhou uma morada no Hotel Locke Santa Joana, no início de setembro, e é um espaço inspirado na cultura dos bares de música japonesa, onde, segundo o fundador Paul Noble, “os álbuns são escutados na íntegra e com grande referência”. O Spiritland tem um ambiente onde a música ocupa o lugar central, sem se transformar num clube ou em sala de concertos. O britânico descreve o novo bar em Lisboa como um espaço para “melómanos, que explora e celebra todos os estilos e épocas musicais”.
Cenários de fachada escondem os novos bares da capital onde os mais curiosos se encontram para partilhar uma bebida. Situados em locais discretos e de difícil acesso, com entradas que muitas vezes não estão sinalizadas, estes bares costumam estar dissimulados em “negócios de fachada”. A entrada é reservada aos privilegiados que conhecem a palavra secreta. A principal razão da sua popularidade reside na emoção de descobrir uma verdadeira joia escondida no centro de Lisboa, assim como na atmosfera única e íntima que oferecem. O Badassery é um deles.
Quem chega ao número 71 da rua entre Campo de Ourique e o Rato, é recebido por uma simpática senhora de lenço na cabeça, que vai atendendo os clientes da retrosaria. Quando não lhe pedem linhas, questionam-na sobre a localização do bar, para depois serem encaminhados por uma cortina preta que dá acesso a uma sala escura, onde os grupos de clientes dividem as mesas e os balcões com desconhecidos e provam alguns dos cocktails de autor, preparados no laboratório.
Já Tânia Amaral e André Marques quiseram levar os clientes numa viagem de sabores pelo bar de sobremesas a que chamaram The Midnight Espresso. Inspirados na viagem inaugural do Expresso de Oriente, em 1883, que ligou Londres ao então destino longínquo e exótico de Istambul, na Turquia, criaram um “cantinho de doces e infusões” para degustar até altas horas da madrugada.
André, designer de interiores, desenhou todo o espaço, pensado para 18 lugares e em conjunto escolheram um fornecedor francês de sobremesas, as infusões e a carta dos cocktails. Agora, quem por lá passa a partir das 16 horas pode pedir um Afternoon Tea com scones caseiros, mini sobremesas e salgados divididos por três pratos.
Ainda ligado aos transportes, no rol de nomeados surge o 18.68, um bar que nasceu num antigo quartel de bombeiros, situado no Largo Barão de Quintela. Os carros, as mangueiras e os uniformes vermelhos deram lugar, em junho, aos cocktails criados pela equipa do Red Frog.
A localização e as características do bar inspiraram Paulo Gomes e Emanuel Minez a apostar num conceito diferente do Red Frog e do Monkey Mash. “O 18.68 foi pensado para tomar um aperitivo ao final da tarde ou depois das refeições. Era algo que sabíamos que aqui poderia funcionar”, referem.
A carta foi pensada para ser completamente diferente dos speakeasies que têm a dois passos da Avenida da Liberdade. “Permitimos que as pessoas façam provas e tenham uma experiência mais completa. Recuperámos os clássicos, demos-lhe um toque portugalidade com vinho do Porto e vinho da Madeira e criámos os flights, que não são mais do que uma série de quatro cocktails servidos com a mesma base, mas com diferentes combinações”, explica Minez.
Rumando, por fim, ao Porto, a lista de nomeados termina com o Fiasco, um bar de petiscos que funciona como um quatro em um. Chamar-lhe bar seria um exercício simplista. O balcão e as bebidas estão no centro do projeto, é certo, sobretudo graças aos cocktails de autor como o Euphorbia Two Step (8€) com cachaça, Lillet blanc, ou o Vecchi Amaro del Capo e tomilho. Os nomes dão a primeira pista para outro dos projetos inseridos no espaço, uma enorme loja de vinis numa parceria com o italiano Luca Massolin, radialista que vive no bairro do Bonfim há mais de uma década e que tinha um armazém de vinis à porta fechada.
Mas não é tudo. Durante o dia chegam ao bar as criações do Mafalda’s, no Mercado de Matosinhos, para acompanhar a dose de arte que se encontra na cave: um espaço de galeria onde serão exibidas exposições de “artistas locais que não encontram lugar nas galerias convencionais”, com curadoria de Francisco Oliveira e Carlos Milhazes.
Carregue nas setas abaixo para saber mais sobre os cinco melhores espaços que abriram em Portugal em 2024, e estão nomeados para os Prémios NiT.