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Sem Côdea: o bar no Bairro Alto onde as sandes se servem com cocktails de assinatura

O espaço abriu a 16 de setembro e pertence aos mesmos sócios que ergueram o Polémico em Campo de Ourique.

Uma torrada e uma meia de leite. O pedido multiplica-se todas as manhãs em centenas de cafetarias portuguesas. O pequeno-almoço típico inclui habitualmente um pão de forma alto, torrado e barrado com manteiga. A maioria começa pelas fatias das pontas para deixar o melhor para o fim: as do meio, onde quase não existe côdea.

António Lobo Xavier recorda-se deste hábito desde miúdo e quando desenhou um conceito de sandes no Bairro Alto, não lhe ocorreu um nome melhor. O Sem Côdea abriu a 16 de setembro e é um projeto a três com Bernardo Pires e António Tavares.

“Em conjunto com outros sócios do Polémico Lx, decidimos abrir um conceito diferente, que em comum com o restaurante tem apenas a irreverência. Quando surgiu a ideia ainda não tínhamos muita competição no mundo das sanduíches, agora há mais”, explicao chef à NiT.

Aos 26 anos, António Lobo Xavier já precisa de mais do que uma mão para contar as cozinhas por onde passou. O talento precoce do jovem chef esbarrou sempre numa certeza: nunca quis ser dono de nada. Isso mudou no último ano, sobretudo depois de uma última experiência no Chez Chouette de Leopoldo Garcia Calhau, que durou apenas alguns meses.

A viragem aconteceu numa noite de copos com os amigos do bar Sóbrio, no Bairro Alto, onde foi convencido a entrar numa sociedade e a tornar-se, de certa forma, patrão de si próprio. A vontade de voltar à cozinha com total liberdade falou mais alto e acabou por aceitar ajudar a criar um novo espaço. O Polémico abriu em janeiro e agora parece que o chef lhe tomou o gosto.

Meses após a abertura do restaurante em Campo de Ourique, deitou as mãos a mais um espaço, desta vez no Bairro Alto, para inaugurar outro conceito: o Sem Côdea, onde se provam sandes e bebem-se cocktails de assinatura.

“Esta ideia surgiu porque havia falta de oferta de sanduíches em Lisboa. Depois sentimos que a cidade tem muitos bares e vida noturna, mas poucos espaços confortáveis que não ficassem ou no Cais do Sodré, Santos, ou Praça das Flores. Decidimos juntar as ideias, com a premissa de criar um local onde os clientes pudessem sentar, pedir um cocktail e não se assustar com a conta final”, refere.

O jovem portuense passou por vários restaurantes como o Flow ou o Boca no Porto, até decidir formar-se em Hotelaria na Cordon Bleu, em Londres, numa decisão que o fez abandonar o curso de Direito de vez — recorde a história neste artigo da NiT. Agora firme no percurso na cozinha, volta a lançar-se num novo negócio.

Os últimos meses foram passados à procura de um espaço e, quando encontraram, ainda pensaram em transformá-lo num speakeasy com uma florista como negócio de fachada. Mas os arcos e as paredes expostas fizeram com que os sócios deixassem essa ideia de lado e assumissem o negócio com porta para a rua. Com capacidade para 25 pessoas, o Sem Côdea surge como um local para parar e provar as sanduíches, ou para passar um início de noite.

Na carta encontramos focaccias e pães para cachorrinhos, inspirados no Gazela, no Porto, a terra natural do chef. Há ainda pão cubano, bagels, baguete rústica e pão de forma de massa mãe, todos feitos na Padaria do Miguel, na Parede, em exclusivo para o Sem Côdea. Estes pães servem depois de base para as sete sandes vendidas no espaço. No primeiro mês desde a abertura tem se destacado a The Godfather (11€), feita com presunto, Burrata, rúcula, pesto e tomate e servida em focaccia e a No Such Thing as To Much Cheese (10€) com cheddar, mozzarella, Gouda e bacon.

Na carta há ainda a The Beef (10,50€) feita com rosbife, cebola, dijonaise, rúcula e pimentos assados e a The NYC (11,50€), inspirada nos bagels de Nova Iorque, com salmão gravlax, queijo creme, alcaparras e cebola roxa. Para acompanhar criaram outra lista de cocktails onde se destacam a Anêmona Vermelha (11€), que mistura gin, melancia e manjericão, o Cucumis (11€), com vodka, sabugueiro, pepino e limão e o Camélia (12€), com gin, vinho do Porto e amêndoa. Os nomes são inspirados em Flores, em homenagem à artéria onde abriram, a Rua das Flores.

Em breve as sanduíches vão estar disponíveis através das plataformas de delivery, para que os clientes a possam receber no conforto de casa. Contudo, António continua a insistir que as provem antes no Sem Côdea e apreciem a “beleza do espaço”, com os tijolos à mostra e algumas decorações inspiradas nas flores.

Quem passar por lá às sextas-feiras pode sempre ficar a apreciar um “início de noite com música ao vivo e DJ”.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua das Flores 17
    1200-193 Lisboa
  • HORÁRIO
  • Terça a sábado das 12h às 15h e das 19h às 2h
PREÇO MÉDIO
Entre 10€ e 20€
TIPO DE COMIDA
Sandes, cocktail bar

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