Este não é um bar novo qualquer. Mais do que um espaço onde se podem beber copos, petiscar e ouvir música, trata-se de uma galeria de arte onde a galeria é a própria exposição. Demasiado confuso? Bem-vindos ao Stupido, o novo bar do Cais do Sodré, em Lisboa, curado por Vhils.
As paredes, o chão e a estrutura do edifício serão — até ver — sempre os mesmos, mas a decoração e ambiente do espaço faz parte de uma instalação artística rotativa — o 1/1 — que vai mudar todos os anos. Os artistas que vão desenhar o interior do Stupido são escolhidos por Vhils. O primeiro, cuja obra pode ser vista no bar até setembro de 2018, é o argentino e espanhol Felipe Pantone — o mesmo artista que tem na zona da Quinta das Conchas o maior mural da carreira, na lateral de um prédio com 45 metros de altura, com uma pintura colorida que faz lembrar os pixels de um ecrã digital.
“O que o Pantone tentou fazer aqui foi replicar de alguma forma essa pintura”, conta à NiT Pedro Garcia, o homem dono do Stupido, em conjunto com a agência digital Live Content. Pedro Garcia vendeu a sua quota no Park, em Lisboa, depois de ter uma ideia numa viagem em Milão, em Itália, país onde viveu vários anos. A ideia era o Stupido e surgiu pela primeira vez em novembro de 2015. Fez logo o convite a Vhils, que conhecia há cerca de cinco anos — desde as colaborações da sua Galeria Underdogs com o Park.
Além da parte artística visual, existe uma forte componente sonora. Para a programação musical, Pedro Garcia foi buscar o velho amigo músico e produtor Fred Ferreira — baterista dos Orelha Negra, Banda do Mar, e que já trabalhou com Buraka Som Sistema, Slow J, ou que integrou o projeto 5-30, com Carlão e Regula.
Existem várias vertentes nesta programação. Por um lado, Fred Ferreira compôs um trabalho de sonoplastia para complementar a instalação artística, uma banda sonora para a exposição. “Vai ser usada em horários mais mortos, como na abertura [do bar], durante os jantares ou em certos horários no inverno.”
Por outro, vai haver uma programação musical distinta à semana e às sextas-feiras e ao sábado. Durante a semana, conte com DJ sets de hip hop mas também jazz, soul, funk e todo o espetro sonoro da música negra. Além disso, vai haver pequenas atuações de bandas com que Fred Ferreira trabalha na sua editora e estúdio, a Kambas, e convidados internacionais. Ao fim de semana, a música vai ser hip hop mais comercial e próximo das sonoridades pop. A programação para setembro e outubro vai ser revelada nos próximos dias.
Enquanto ouve música e contempla a obra de arte que é o bar, acompanhe com copos e pizzas. Peça os clássicos Cosmopolitan (8€), Bloody Mary (8€), mojito (7€), daiquiri (7€), piña colada (8€), margarita (7€), caipirinha (7€) ou outros cocktails preparados com vodka, rum, tequila, gin e whisky. Também existe uma carta de vinhos e licores.
Se for conduzir, talvez a melhor opção seja um smoothie (5€): há receitas de maçã e manjericão, frutos silvestres e banana, amora e pêra, limonada de morango, sumo detox de ananás e o veggie, de maçã, ananás, pepino e espinafres. Também há refrigerantes e chás.
As pizzas vão ser a especialidade para jantar no Stupido. Peça a simples Margherita (8€), a de quatro queijos (9€), diavola (9€), de presunto e cogumelos (9€), ou a Primavera (8€), de tomate cherry, azeite, mozzarella e rúcula.
Inaugurado em soft opening a 30 de agosto, o Stupido tem 120 metros quadrados e 42 lugares sentados. “Demorei pouco tempo a encontrar um espaço, foi através de um amigo. Foi uma sorte encontrar este espaço vazio aqui nesta zona.”
Quem manda nisto tudo?
Nome: Pedro Garcia
Idade: 41 anos
Formação: Marketing e Publicidade/Fotografia
Maior guilty pleasure: “É ilegal, não posso dizer [risos].”
Convença-nos a visitar o seu espaço: “..1.9.2017-1.9.2018..”
Carregue na imagem para conhecer melhor o Stupido.