Esqueça os pratos tradicionais e a comida de conforto. O The Capsule chegou a Lisboa a 30 de agosto com uma missão: inovar e demonstrar os benefícios da fermentação em todas as suas criações.
A ideia nasceu em 2019, na Ericeira, pelas mãos do casal ucraniano Tetiana Pidgurchenko e Oleksandr Kukhtenko, que se apaixonou por Portugal há mais de uma década. Como sempre gostaram comer fora, decidiram aprofundar os seus conhecimentos sobre o setor da restauração para proporcionarem experiências diferentes aos portugueses.
Sem qualquer experiência na área, decidiram abrir um pequeno espaço dedicado a brunch e café de especialidade. Quando visitaram o local acharam que se assemelhava a “um pequeno casulo”, o que o tornava ideal. Contrataram cozinheiros qualificados e conseguiram materializar o seu sonho.
Em 2021, o chef Alex Horbenko, também oriundo da Ucrânia, integrou a equipa para liderar a cozinha e implementar “novas ideias”. O conceito foi bem-sucedido e, assim, Tetiana e Oleksandr decidiram lançar um desafio ao cozinheiro — levar o The Capsule para a capital.
Após algumas buscas, encontraram um espaço na Rua do Crucifixo, também semelhante a um “pequeno casulo”, com capacidade para receber 30 clientes. Em colaboração com um atelier de arquitetura, projetaram o café com um estilo nórdico, incorporando linhas minimalistas e pormenores em marmorite, madeira, inox e burel, o tecido que adiciona um toque português ao ambiente.
A equipa começou então a experimentar o conceito pensado, “baseado na fermentação e na redução do desperdício”, utilizando exclusivamente ingredientes nacionais de produtores locais. “Esse processo permite-nos explorar e descobrir novos sabores, bem como técnicas e ingredientes que nos ajudam a criar pratos verdadeiramente únicos e diferenciados no mercado”, partilha a gerente Catarina Alves com a NiT.
Inspirando-se em culturas nórdicas, asiáticas e ucranianas, elaboraram os pratos com base na fermentação. “Todos os nossos produtos são locais e cultivados organicamente por agricultores em quem confiamos. Estamos focados em utilizar somente os nossos próprios produtos fermentados, desde pastas de missô e vinagres até garums, bottarga, frutas e vegetais lacto-fermentados e kombucha”, explica.
Comprometidos com a sustentabilidade, nada é desperdiçado ou deitado fora. “As nossas carnes provêm de pequenos agricultores locais, e os peixes e mariscos são obtidos com precisão de pescadores que seguem práticas sustentáveis e normas internacionais. Tudo o que não é utilizado é reaproveitado”.
O The Capsule funcionará em Lisboa como um espaço de brunch de manhã e um menu de degustação à noite. Contudo, durante o período de soft opening, estará aberto apenas durante a manhã e a tarde, com algumas especialidades do chef Alex, que trouxe consigo influências da Ericeira e da Ucrânia.
Para um começo de dia reforçado, a equipa sugere uma sanduíche de frango (14€) com pão de massa mãe, frango temperado com kimchi e queijo envelhecido, ou um tratare (12€), um pudim de pão com carne maturada, alho preto e maionese de kimchi. Para os amantes de ovos, há a opção de tosta (13€) com pão brioche, geleia de bacon, ovos mexidos e queijo envelhecido.
Uma das sobremesas criadas pelo chef é o honey cake (7,50€), que combina creme de chocolate branco, creme de algo preto e fruta fermentada, utilizando as bases de um doce típico ucraniano e finalizando-o com técnicas contemporâneas. Quem não aprecia mel pode pedir uma panna cotta (6€) com creme de manga e amazake granita.
“Ao jantar, teremos um menu de degustação que visa proporcionar uma viagem gastronómica entre Portugal e a Ucrânia, com pratos de peixe e carne”, revela Catarina Alves. Para já, o espaço está aberto de quarta a domingo, das 10 às 17 horas.
Carregue na galeria ver algumas imagens do espaço e de alguns dos pratos que “parecem obras de arte”.