O moscatel de Setúbal é indiscutivelmente uma das bebidas mais extraordinárias do mundo. Únicos e inimitáveis, não é surpresa, portanto, que cinco deles integrem o top dez da 22.ª edição do Concurso Internacional Muscats du Monde.
Ao todo, foram avaliados 168 moscatéis de 19 países, num evento que premeia a extraordinária diversidade aromática dos moscatéis, que decorreu a 6 e 7 de setembro, na localidade de Entre-Vignes, na região francesa de Occitânia. As cinco medalhas de ouro atribuídas este ano fizeram de Portugal o país com mais moscatéis nesta lista.
Numa seleção que varia entre os 7,15€ e os 30€, o Moscatel de Setúbal 10 anos da Adega Cooperativa de Palmela destaca-se pela grande complexidade aromática na qual se sentem notas de frutos secos, nozes, figos e mel. Obtido a partir da fermentação de uvas Moscatel, é interrompida através da adição de aguardente vínica, maceração pelicular durante um período mínimo de cinco meses. Neste lote foram usadas várias colheitas onde a mais recente tem pelo menos dez anos.
As uvas envelheceram tranquilamente na cave da adega em barricas de carvalho usadas. Por isso mesmo, deverá ser servido sozinho ou a acompanhar doçaria regional e chocolate a uma temperatura de 16ºC. Pode encontrá-lo à venda por 27,35€.

Em 22 anos de competições internacionais para eleger os melhores moscatéis do mundo, Portugal continua a acumular prémios. Para o presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, Henrique Soares, as distinções recorrentes do Moscatel de Setúbal neste concurso é o reconhecimento da qualidade dos produtores da região.
“Isto significa que a Península de Setúbal consegue ombrear com outras regiões mundiais importantes e que os os nosso produtos são um verdadeiro tesouro”. Esta é só mais uma prova disso mesmo.
Em 2020, o Moscatel Roxo de Setúbal Venâncio da Costa Lima Reserva da Família 2016 foi eleito o melhor do mundo, conseguindo colocar outro membro da sua família vinícola no top 10: o Moscatel de Setúbal Reserva da Família – 5 anos. Esta não foi, porém, a primeira vez que uma referência da Venâncio da Costa Lima recebeu o prémio máximo do Muscats du Monde. Já em 2016 e 2011 haviam conquistado esta distinção.
De cor dourada, que vai do topázio claro ao âmbar, e aroma floral exótico, o processo da criação de um moscatel como estes, sendo um vinho licoroso, envolve a adição de aguardente vínica logo após o início da fermentação de forma a parar este processo e conservar o açúcar natural das uvas. Os vinhos com Denominação de Origem (DO) “Setúbal”, são produzidos a partir das castas que lhe dão nome e têm uma área geográfica produtiva delimitada, desde 1907, pelos concelhos de Setúbal, Palmela, Montijo e a freguesia do Castelo pertencente ao município de Sesimbra.
Carregue na galeria para conhecer os restantes moscatéis distinguidos ao longo dos dois dias do evento.