A Primor passou 2022 a celebrar os seus 75 anos. Depois de embalagens comemorativas e campanhas especiais centradas na importância dos afetos e daquilo que é cozinhado em casa, partindo do princípio “Feita com amor, Feita com Primor”, que rege a emblemática marca nacional desde a criação, surge “75 anos. Um elogio à manteiga”.
Mais do que resgatar e imortalizar o percurso da insígnia, o livro, com prefácio de Miguel Esteves Cardoso, reconhecido escritor e jornalista, pretende homenagear um alimento cuja história se confunde, muitas vezes, com as estórias das famílias portuguesas.
“Pareceu-nos natural, enquanto especialistas em manteiga com papel de relevo no desenvolvimento da categoria deste alimento em Portugal, eternizar a paixão coletiva que une gerações em torno do produto”, começa por explicar à NiT Beatriz Andrade Ferreira, gestora da marca.
A escolha do crítico para abrir o livro, acabou por ser óbvia. “Sendo o Miguel um fã assumido de manteiga e de produtos nacionais, no geral, bem como de Primor, em particular, fazia todo o sentido que fosse ele o responsável pela espécie de teaser que é o prefácio. É em tom de brincadeira, e com algum sarcasmo, que este enaltece a qualidade dos nossos produtos, que sobressaem num mercado que, como sabemos, está saturado. Em conversa connosco até disse ‘podemos provar muitas manteigas, mas voltamos sempre à Primor”, acrescenta a responsável.

Nas linhas a que teve direito, o autor fala, essencialmente, da “sua paixão por manteiga e da história da mesma enquanto elemento agregador da família. Em relação ao pai, por exemplo, recorda que colocava manteiga em tudo, do café ao peixe frito”.
“O meu pai punha manteiga em tudo e especializou-se em explicar porquê, às várias culturas e épocas que se foram atravessando no caminho dele. Não era só porque gostava muito de manteiga, dizia, embora parasse sempre para confirmar, que sim, gostava mesmo muito de manteiga, mas era também porque a manteiga melhorava tudo. Aqui fazia uma pausa científica e rematava ‘a manteiga melhora, sobretudo, as coisas que já de si são muito boas. A manteiga melhora as melhores coisas'”, escreve a dado momento.
“Da mãe, Miguel lembra como esta encontrava, pelas suas origens, pontos de proximidade entre a Primor e a manteiga inglesa, além do talento que tinha para distinguir se era manteiga ou margarina o ingrediente utilizado nas receitas”, indica Beatriz.
“Em minha casa, a manteiga que gastávamos era a Primor. A minha mãe, sempre com saudades da Inglaterra onde nasceu, sentenciava que era a ‘única que podia ser inglesa'”, conta o autor.
Ao prefácio, segue-se “Matéria”, texto assinado por Fortunato da Câmara, importante crítico gastronómico, que se debruça sobre os atributos que fazem da manteiga um alimento único, “Mestria”, sobre a história da Primor; e “O Sabor”, com receitas da autoria do chef André Lança Cordeiro.
Para o futuro, a gestora adianta, sem revelar maiores detalhes, que a marca está a trabalhar no desenvolvimento do seu portefólio. “Estamos a viver duas tendências um bocadinho antagónicas no mundo da alimentação. “Por um lado, há um crescimento do interesse por tudo o que é leve e light. Por outo, também vemos aumentar a procura por momentos de indulgência e de prazer. Queremos responder a estes dois consumidores, mas com foco em variedades que incorporem produtos tendencialmente portugueses, de azeitonas a míscaros”.
Os interessados no livro, uma edição limitada, devem entrar em contacto com a marca através dos seus canais oficiais. O preço ainda não está totalmente definido.