Gourmet e Vinhos

As “melhores bolas de Berlim do País” são recheadas no momento numa praia algarvia

Ao longo de uma semana, os leitores da NiT votaram nas suas favoritas e já estão escolhidas as vencedoras. Chegam ainda quentes.
É fácil perceber quando o vendedor chega.

Com a chegada de setembro e o início do novo ano letivo, as idas à praia em busca de sol e calor estão a acabar. Isso significa que está na altura de dizer adeus às bolas de Berlim e passar à próxima fase: eleger a praia onde provou as melhores.

O nosso País conta com mais de 850 quilómetros de costa, e vendedores destes bolos espalhados pelos areais não faltam. A NiT quis saber qual é a praia onde se vende a melhor bola de Berlim de Portugal. No final de agosto, lançámos um desafio aos nossos leitores, que tiveram cerca de uma semana para selecionar a sua favorita.

O resultado é claro: a Praia do Burgau, situada em Vila do Bispo, é a grande vencedora, com 31,57 por cento dos votos. A Praia de Monte Gordo, no Algarve, ficou em segundo lugar, com 20,96 por cento, enquanto a Praia da Arrábida, em Setúbal, ocupa o terceiro lugar, com 14,33 por cento.

OlhaaBolinha, assim mesmo. André Carmo escolheu a célebre expressão que ressoa nos areais durante o verão para nome da sua empresa, responsável pelos bolos que se vendem no areal eleito pelos leitores da NiT. 

Começou a vender bolas de Berlim na Praia do Burgau em 2008. Na altura, o empresário de 41 anos trabalhava como distribuidor numa fábrica que já produzia as bolas, mas, durante a época estival, não tinham o hábito de as levar para a praia. André decidiu, então, adotar uma abordagem diferente e começou a vendê-las diretamente no areal.

“Estava ciente da qualidade do nosso produto e prontifiquei-me para ser o vendedor a levar as caixas para a areia. Fiz uma pesquisa pela região e optei por começar no Burgau, indo até à Praia do Amado. Na altura, fui o pioneiro”, explica à NiT.

No início, havia poucos vendedores a fazer o mesmo, mas, à medida que surgiram novos concorrentes, a autarquia determinou que cada um deveria escolher apenas uma praia para a venda das bolas de Berlim. André, tendo prioridade, optou pelo local “onde tudo começou”.

“Como tinha carrinha própria, conseguia ir duas vezes à praia com as bolas quentinhas. Os clientes já conheciam o horário e aguardavam por mim no estacionamento para garantir a sua bolinha. Normalmente, abria as bolas no momento e recheava-as com o que escolhiam. Isso transformou-se numa tradição”, recorda.

A fila pela praia enquanto esperam por André.

Atualmente, quem passa férias na região já conhece as “bolinhas do André” e nem as longas filas os desencorajam. “Os habitantes locais também já recomendam as nossas bolas a quem está de visita. Estou convencido de que nos destacamos por estarem sempre quentes, serem pouco oleosas e serem recheadas na hora, diante do cliente”, afirma.

Os bolos são elaborados por um pasteleiro que André contrata exclusivamente para a época de verão, utilizando como base uma receita que aprendeu na fábrica, a qual foi posteriormente adaptada. A variedade de recheios cresceu para 25, incluindo opções como pistácio, morango, Nutella, Ferrero Rocher e Kinder Bueno. “Recentemente, introduzimos um recheio de medronho, que promete ser um sucesso no próximo ano.” As versões simples ou com creme custam 2€, enquanto os recheios especiais acrescentam 50 cêntimos.

André faz duas visitas diárias à praia: de manhã, estaciona a carrinha entre as 11 e as 13 horas, e regressa à tarde, por volta das 16 horas, arrumando as caixas na carrinha às 19h10. Durante o mês de agosto, não consegue pôr os pés na areia devido ao grande número de clientes. Nos restantes meses de verão, após servir os primeiros fregueses, dirige-se ao areal com itens de merchandising da marca OlhaaBolinha. “Temos chapéus de sol, tatuagens para os mais novos, bonés e t-shirts. Este cuidado também faz a diferença.”

Embora a Praia do Burgau seja a vencedora, quem quiser saborear as bolas de Berlim da OlhaaBolinha não precisa de se deslocar ao areal. Durante o verão, André tem uma food truck estacionada na Marina de Lagos. Além disso, também distribui os bolos pelas pastelarias de alguns hotéis da região. Contudo, assim que a temporada termina, os produtos desaparecem até ao ano seguinte. “Tudo tem a sua época”, justifica o proprietário.

Durante os meses de outono e inverno, André não abandona a restauração, alternando entre uma foodtruck estacionada no Cabo de São Vicente, em Sagres, e o bar da Escola Internacional Novel, onde os clientes podem saborear a típica bifana portuguesa enquanto contemplam o pôr do sol.

Por agora, se quiser provar a “melhor bola de Berlim de Portugal”, basta dirigir-se à Praia do Burgau. Assim que ouvir a carrinha a apitar rampa abaixo, já sabe que está na hora de sacudir a areia e dirigir-se ao estacionamento. Depois, é só decidir “com ou sem creme”.

 
 
 
 
 
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