Não é só Cristina Ferreira que tem projetos na gaveta durante vários anos e só mais tarde os concretiza. Bernardo d’Orey, 33 anos, já tinha pensado em 2016 inaugurar uma mercearia tradicional em Lisboa. Ainda assim, só no início deste ano é que as portas se abriram e a banca de frutas e legumes foi colocada à entrada deste espaço na Rua do Olival.
“Não era o tempo certo, com o nascimento de filhos e outros projetos. Já tinha falado com a minha mulher e percebemos que este era o momento ideal”, explica Bernardo à NiT. Desde 2014 que é responsável pela La Boulangerie, um espaço dedicado à pastelaria francesa, e não só, que fica mesmo ao lado onde abriu em janeiro a mercearia Domitília.
“Pareceu-me uma ideia para ligar estes dois projetos, um mercado de qualidade que fornecesse o restaurante com os melhores produtos.” Na altura até pensou que não fosse a melhor, devido à pandemia, mas foi também uma forma de manter a equipa ativa e sem fazer despedimentos.
“A La Boulangerie abriu depois de sairmos de uma crise intensa. Já era um negócio com alguma aceitação, mas foram precisos cinco anos e íamos entrar numa fase mais de cruzeiro. Veio a pandemia e fomos obrigados a atacar com a Domitília, que também foi a nossa defesa na manutenção dos projetos.”
O nome do novo espaço é uma homenagem à avó, apesar de não ser o nome por que mais gostava de ser chamada. “Domitília era o primeiro nome da minha avó, que ela nunca gostou. Sempre a chamávamos de Fernanda. Achei que podia dar o nome à mercearia, numa espécie de homenagem com humor.” No início, muitos dos que não conheciam esta história, diziam que o nome vinha de domicílio.
Na mercearia encontra tudo o que precisa sem ter de ir a muitos espaços. Há desde frutas e legumes, a maioria de produção nacional, mas também frutos secos, opções a granel, artigos de conveniência, alguns dos quais até chegam de França e não é muito comum ver por cá. Há também queijos, enchidos, café e produtos de higiene.

“Temos um calendário sazonal de frutas e legumes que seguimos à risca”, tudo para apresentarem aos clientes os produtos nas suas melhores épocas. A La Boulangerie, mesmo ao lado, tem na Domitília um fornecedor constante de artigos.
Bernardo aproveitou também para renovar o menu do restaurante e criar propostas com os ingredientes frescos. Também por isso, a carta irá mudar com alguma regularidade, tal como os produtos na mercearia. Um dos próximos passos é passar a fazer entregas ao domicílio na cidade.
Ainda antes de abrir a La Boulangerie, Bernardo estou hotelaria em Les Roches e trabalhou em cadeias internacionais, como o Ritz ou o Mandarin Oriental. Foram tudo experiências que usou na abertura do restaurante e mais tarde na mercearia.
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