O surto de Covid-19 e a quarentena forçada em quase todo o mundo deixa antever uma crise económica e um tempo de sufoco para negócios que começaram imediatamente a sentir os efeitos da pandemia. A solução? Diversificar os serviços. Se muitos restaurantes optaram por apostar apenas nas entregas e no take-away, a tarefa não se adivinhava fácil para o nicho dos bares de strip.
Como é que um bar combate o isolamento social? Fácil: as entregas passam a ser feitas pelas próprias dançarinas. Senhoras e senhores, o mais que provável vencedor do prémio de empreendedor da semana, Shon Boulden, dono do Lucky Devil Lounge, na cidade de Portland, nos Estados Unidos. O nome é fácil de fixar: Boober Eats.
“Começou só com uma piada e o comentário teve 150 partilhas no Facebook. Nunca tinha visto algo assim e pensei: ‘Raios, porque é que não experimentamos fazer isto?'”, explica ao “Willamette Week”.
Como seria de esperar, a ementa não é altamente complexa — até porque essa não é a grande especialidade deste Boober Eats. Aposta em diversos hambúrgueres, asinhas de frango, nachos picantes e dois tipos de bifes. E sim, há muito álcool por onde escolher.
A iniciativa parece ter interessado os norte-americanos. No Instagram da iniciativa, há até quem pergunte se também entregam champanhe, porque se é para cumprir o isolamento, ao menos que a coisa seja feita à grande. A promessa é feita em letras garrafais: “O primeiro serviço de entrega de comida do mundo com dançarinas”.
No momento da entrega, quem bate à porta não é um rapaz de mochila às costas, mas duas dançarinas que não vêm propriamente equipadas a preceito e protegidas contra a Covid-19. Aqui também não há máscaras ou luvas.
“Vão equipadas com pasties a cobrir os mamilos e calções curtos, entregam a comida, dançam por uns segundos e vêm embora”, explica Boulden. Quanto à segurança e higiene, está tudo pensado: “Elas mantêm-se sempre a uma distância segura e andam sempre com desinfetante”.
Com o estabelecimento encerrado por ordem do governo estadual, esta foi a forma que Boulden encontrou para manter os empregos dos funcionários. O pessoal de cozinha prepara a comida, as dançarinas fazem as entregas e os seguranças conduzem-nas aos locais. “Temos encomendas de Vancouver e de Tigard. É uma loucura. Temos uma equipa cheia de pessoas prontas a levar comida aos clientes e a dar-lhes um pouco mais de alegria nesta altura”.