Gourmet e Vinhos

Cheias e mau tempo em Espanha provocam caos nos supermercados

À NiT, a Mercadona confirma que há algumas lojas fechadas e que centro logístico da região foi afetado. Associação de retalhistas garante bens nas prateleiras.
Algumas das fotos partilhadas nas redes.

O cenário vivido na região de Valência nos últimos dias parece saído de um filme de terror. Há lama pelos joelhos, carros amontoados e destruídos — um cenário apocalíptico que provocou, até ao momento, 150 mortos. Espanha tem vivido dias de horror provocados pela tempestade Dana e o medo de ficar sem água e comida levou muitos espanhóis aos supermercados para fazerem aquilo que já se tornou tradição em altura de crise: o açambarcamento de bens essenciais.

As chuvas e ventos fortes que assolaram várias cidades espanholas foram particularmente duras nas vias de transporte, o que impactou a movimentação de mercadorias e, consequentemente, no normal funcionamento da distribuição de alimentos. Algumas lojas e supermercados foram obrigados a encerrar, uns por segurança, outros pelos danos causados. O medo levou a que os espanhóis se lançassem numa corrida desenfreada por comida.

Água engarrafada, ovos, carne e bens perecíveis desaparecem de forma alucinante das prateleiras das lojas. Nas redes sociais, têm sido partilhados vários vídeos e fotografias das filas e do aspeto dos supermercados, de estantes vazias e sem produtos. Entretanto, a Associação de Supermercados da Comunidade Valenciana (ASUCOVA) veio pedir “calma”.

A associação da qual fazem parte o Mercadona, o Consum, o Spar, o Hiperber, o MasyMas e Dialpris, o Día, o Lidl, o Aldi, o Carrefour, o Alcampo, o El Corte Inglés, o Eroski e o Costco emitiram um comunicado onde destacam a “solidez” da estrutura de distribuição alimentar em Valência.

“A grande eficiência das suas plataformas logísticas faz com que os consumidores tenham garantido o abastecimento de produtos, sobretudo de água, e, por isso, apelamos à calma e a não fazerem stocks desnecessários”, disse o diretor da ASUCOVA, Pedro Reig, que lembrou ainda que a companhia responsável negou cortes e garantiu o abastecimento de água potável na cidade.

A Mercadona juntou-se ao apelo e pede à população que não armazene bens desnecessários, porque “o setor é muito eficiente e abastece diariamente as lojas”. A marca pediu ainda a “máxima colaboração” dos consumidores, para garantir que tudo corra pelo melhor.

A retalhista, também sediada em Valência, suspendeu a distribuição das encomendas efetuadas através do comércio online, que disponibiliza a partir do armazém situado no parque industrial de Vara de Quart, na capital valenciana, por razões de segurança, avançou o “El País”. Também o fez em Jerez, depois de ter sido declarado o alerta vermelho devido ao risco extremo, tanto nas entregas que são servidas a partir da loja como nas que são expedidas do armazém de Sevilha. Suspensões do serviço que surgem depois de, nas últimas horas, ter circulado nas redes sociais um vídeo de um camião de entregas da Mercadona preso em Alzira, devido a chuvas torrenciais, e cujo motorista teve de ser resgatado.

À NiT, fonte da retalhista em Portugal, confirmou que “há algumas lojas que não abriram as portas por razões de segurança em diferentes zonas da província de Valência”. A marca adianta ainda que o Bloco Logístico em Ribarroja “está temporariamente afetado” e, por isso, o abastecimento está a ser garantido a partir de outros pontos logísticos.

“Na Mercadona estamos a trabalhar para recuperar o serviço nas zonas afetadas e a colaborar com as autoridades para ajudar os nossos vizinhos, fornecedores e colaboradores”, adiantou a mesma fonte, sem detalhar sobre quantos supermercados estarão fechados e quais as extensões dos danos.

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