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Cientistas criam almôndega gigante com carne de mamute extinto há 4 mil anos

O objetivo foi demonstrar o potencial do cultivo desta proteína animal em laboratório — e revolucionar indústria alimentar.
O aspeto da almôndega.

Já algum vez pensou em comer almôndegas feitas com carne de mamute? Provavelmente não, até porque o animal está extinto há mais de quatro mil anos, ou seja, desde a Era do Gelo. Mas em breve poderá ser possível. Confuso? Nós explicamos.

Um grupo de cientistas da empresa australiana Vow, criou uma bola gigante de carne que garantem ter ADN do mamífero pré-histórico. O objetivo é demonstrar o potencial do cultivo desta proteína animal em laboratório.

A almôndega está neste momento em exposição no Nemo, um museu de ciências na Holanda. Com esta experiência os investigadores queriam chamar a atenção para a necessidade de redução de consumo de carne e dar a conhecer alternativas que podem ser criadas em laboratório.

A proteína foi desenvolvida durante algumas semanas em laboratório com base em ADN de mamute e com as falhas na sequenciação a serem colmatadas com ADN de elefante africano.

“Escolhemos carne de mamute porque é um símbolo de perda, foi um animal dizimado pelas alterações climáticas. Enfrentaremos um fim semelhante se não fizermos as coisas de forma diferente, incluindo mudar práticas como a produção agrícola em grande escala ou a forma como comemos”, explicou Tim Noakesmith, cofundador da Vow à Agence France Presse.

Christopher Bryant, especialista em proteínas alternativas, sublinhou outra vantagem deste tipo de substitutos: “Ao contrário da carne convencional, que provém de animais sujos e imprevisíveis, esta é produzida com extrema precisão em instalações de produção higienizada (…). Por isso, evita os patogéneos alimentares, antibióticos e outros elementos contaminantes que encontramos habitualmente na carne dos animais.”

Os cientistas adiantaram que ainda são necessários mais testes para garantir que o produto é seguro para consumo humano. “Cheirou um pouco a carne de crocodilo quando a cozinhamos”, disse James Ryan, um dos investigadores envolvidos na experiência.

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