Gourmet e Vinhos

Processo histórico acusa multinacionais de viciarem crianças em comidas ultraprocessadas

Bryce Martínez alega ter desenvolvido diabetes tipo 2 depois de ter consumido produtos destas marcas — e quer pedir uma indemnização milionária.
Coca-Cola está a ser processada por vender produtos viciantes.

Algumas das maiores empresas alimentares como a Kraft Heinz, a Mondelez e a Coca-Cola estão a ser alvo de um processo judicial nos Estados Unidos. A acusação aponta o dedo às multinacionais, acusadas de criarem e promoverem alimentos ultraprocessados de forma a torná-los altamente viciantes, sobretudo para crianças. O caso foi apresentado no Tribunal de Comuns de Filadélfia e alega que estas práticas contribuíram para o aparecimento de doenças crónicas em consumidores jovens.

O processo foi movido por Bryce Martinez, residente na Pensilvânia, que afirma ter desenvolvido diabetes tipo 2 e doença hepática gordurosa não alcoólica aos 16 anos devido ao consumo prolongado de produtos destas empresas.

Os advogados de Martinez, que revelaram o caso esta quarta-feira, 11 de dezembro, descrevem o processo como pioneiro. Não só pela alegação, mas também por apontar o dedo a empresas como PepsiCo, General Mills, Nestlé USA, Post Holdings, Mars, Kellanova, Conagra e WK Kellogg.

A acusação destaca que as multinacionais terão usado estratégias semelhantes às da indústria do tabaco para conceber alimentos intencionalmente viciantes. O processo inclui alegações de negligência, práticas comerciais desleais e fraude, pedindo compensações financeiras e sanções adicionais.

Na declaração oficial, a firma de advogados nota que os estudos revelam que os alimentos ultra processados constituem mais de 73% da alimentação nos Estados Unidos da América e 67% da dieta das crianças. 

Apesar do consenso crescente sobre os perigos dos alimentos ultraprocessados para a saúde, representantes da indústria, incluindo a Consumer Brands Association, argumentam que não existe uma definição científica universal para este tipo de alimentos — e que classificá-los automaticamente como prejudiciais pode enganar os consumidores.




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