Gourmet e Vinhos

Dona do Pingo Doce vai começar a produzir mandarinas, nectarinas, pêssegos e ameixas

Depois de investir nos laticínios, na agropecuária e na aquacultura, a Jerónimo Martins reforça a aposta nas frutas e legumes.
Uma nova aposta.

O grupo Jerónimo Martins, que detém as lojas Pingo Doce e Recheio, e o grupo Nuvi, de Luís Vicente, juntaram-se para criar uma nova empresa. O objetivo: produzir frutas como mandarina, nectarina, pêssego e ameixa.

De acordo com a informação divulgada pela Autoridade da Concorrência (AdC), o regulador recebeu a 10 de março (sexta-feira passada) “a notificação prévia de uma operação de concentração de empresas”, que consiste na criação de uma empresa-comum. As novas atividades estarão então sob a responsabilidade da Jerónimo Martins Agro-Alimentar (JMA), o braço da produção agrícola e piscícola da Jerónimo Martins, e o grupo Luís Vicente, a unidade dentro do Nuvigroup dedicada à produção e comercialização de fruta e produtos hortícolas.

O grupo Luís Vicente é uma “sociedade comercial integrada no grupo multinacional Nuvigroup SGPS, S.A., ativa na produção, transformação, armazenagem, comercialização por grosso de fruta fresca, comércio, bem como a importação e exportação, por grosso, de produtos hortícolas”. Com presença em vários países, mas concentrado sobretudo em Portugal e em Angola, o grupo Nuvi tem também forte presença na produção, embalagem e comercialização de refrigerantes, como a Coca-Cola, Fanta, Sprite, Blue, águas e a cerveja Tigra.

Já a JMA faz parte do grupo Jerónimo Martins e “desenvolve atualmente a sua atividade em quatro áreas: agropecuária, laticínios, aquacultura, frutas e vegetais”. Nos últimos anos, o grupo detido pela família Soares dos Santos tem investido em várias áreas de negócio dentro do setor agroalimentar. Depois dos laticínios, da agropecuária e da aquacultura, reforça agora a aposta nas frutas e legumes — menos de três anos depois de se juntar ao empresário António Silvestre Ferreira, dono da Herdade Vale da Rosa, para, em Ferreira do Alentejo, produzir uvas sem grainha em regime biológico.

Este avanço acontece numa altura em que as principais cadeias de supermercados em Portugal estão a ser alvo de escrutínio devido às acusações de “publicidade enganosa”, “práticas desleais” e “subidas de preços absurdas” e consequentes ações de fiscalização da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). O primeiro-ministro anunciou esta quinta-feira, 16 de março, a criação de “instrumentos de política pública” que permitam conter essa subida, prometendo novidades sobre essa matéria para a próxima semana — quando forem anunciados novos apoios para as famílias.

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