Conhecemo-lo pela primeira vez nos ecrãs da SIC em 2021, como concorrente de mais uma edição de “Hell’s Kitchen”. Lucas Fernandes bateu-se até ao final, mas acabaria por ficar em segundo lugar. Ainda os telespectadores o viam na televisão e já ele trabalhava em novos negócios.
Aos 34 anos, e após ter criado uma marca de venda de carne maturada, foca-se agora na venda de outra pérola do mundo da proteína animal: a wagyu. Pelo caminho, também teve (e tem) os seus próprios restaurantes, mas já lá vamos.
A carne de wagyu — feita com uma de quatro raças japonesas — é conhecida pelo seu sabor, textura e sobretudo pela infiltração de gordura na massa muscular. Esta peculiaridade faz dela uma das mais caras do mundo, mas Lucas quer provar que não é assim tão inacessível.
Criou, por isso mesmo, a Cowzy, um negócio de venda de wagyu, numa parceria com outro sócio habitual, Vítor Silva. “Aqui há uns anos comprámos umas cabeças [de gado], fizemos uma engorda e obtivemos um resultado ótimo”, recorda à NiT. “Depois fomos à procura de produtores nacionais [de wagyu], mas os preços eram muito altos e a qualidade abaixo daquilo que se pretendia.”
Decidiu, então, partir em busca de bons fornecedores e encontrou-os. “Falamos de animais 100 por cento puros. Abatemo-los e trazemo-los para cá, onde fazemos o desmanche, o corte, o embalamento e a comercialização.” Começaram por trazer cinco animais e prepararam-nos de uma ponta à outra. Sem desperdício.
“Quero que qualquer pessoa tenha a possibilidade de comer esta carne, sem ter que ir a um restaurante”, explica. “E percebo que quando se fala de wagyu, as pessoas só pensam em peças nobres. Quando falas em fazer um hambúrguer com wagyu, dizem que és maluco. Mas o animal não tem só peças nobres.”
É precisamente nessa lógica de desperdício zero e aproveitamento máximo que Lucas quer também evidenciar outros cortes que raramente se podem comprar. Fala de cortes como a aranha da perna (5,47€) ou mesmo ossos para assar e aproveitar todo o sabor do tutano (17,66€), mas também a agulha da barriga (18,56€) ou a favorita de Lucas, a entranha (22,85€), retirada da barriga e muito usada na América do Sul para o popular churrasco.
Naturalmente, estão disponíveis cortes mais nobres com os Tomahawk (329€), os Porterhouse (131€), a rabadilha (304€) ou o costeletão (98,97€). Além de comprar os cortes individuais no site oficial, pode também optar pelas boxes cujos valores começam nos 250€ e podem chegar aos 1000€ e que incluem picanha, bifes, rib eye, filet mignon, mas também hambúrgueres.
As encomendas começaram a ser enviadas no início de novembro e vão diretamente das mãos de Lucas até ao cliente. “Embalamos tudo a vácuo. Cortes mais delicados, como as bochechas ou a língua, são congelados imediatamente”, explica. Toda a carne é enviada por transportadora e a Cowzy garante a entrega em 13 horas. A encomenda segue numa caixa isolante com gelo seco que “garante temperaturas abaixo dos seis graus até 48 horas”.
E enquanto tudo isto acontece, o ex-concorrente de “Hell’s Kitchen” continua a cozinhar como sempre. Após ter criado, em Vila Verde, o Hell’s Table — que a NiT visitou em 2021 —, comanda agora a cozinha do seu Hell’s, também na mesma localidade de Braga.
A carne wagyu e a maturada são, claro, estrelas da carta. “É 99,9 por cento carne. No início ainda tentei fugir a isso, mas não há maneira. As pessoas associam a carne à minha imagem, à Finesse League, às maturadas”, explica. “É o que é.”