“Quentes e boas.” Este pregão tradicional ecoa pelas ruas das cidades entre novembro e abril, especialmente nos centros urbanos. Na Baixa de Lisboa, o aroma das castanhas assadas domina as ruas, vindo dos típicos carrinhos com assadores que crepitam horas a fio.
A tradição secular tem origem no 1 de novembro, quando, sobretudo no norte do país, as pessoas se reuniam em torno de fogueiras para honrar os finados. À mesa abundavam os frutos da época, partilhados para que as almas dos finados “aproveitassem” o aconchego do calor e da comida.
Com a adoção do calendário gregoriano em 1582, foram retirados 10 dias ao mês de outubro. Esta mudança fez com que a data, antes celebrada a 1 de novembro, passasse a ser celebrada a 11, que mais tarde foi atribuído, em todo o mundo, ao São Martinho. As tradições acabaram por se fundir e desde então que o dia passou a ser celebrado com as castanhas assadas.
Antigamente, as castanhas eram assadas na lareira de casa e saboreadas em família. As lareiras foram-se extinguido, tal como o hábito. Foi então que comerciantes criaram os tradicionais carrinhos ambulantes que permitem que todos as possam provar.
A tradição persiste. Todos os dias, a partir das 10 horas, os vendedores chegam à Baixa em motas adaptadas. Com um toque de buzina, vão pedindo licença para se instalarem nos seus locais fixos. A partir do meio-dia começam a vender as primeiras castanhas e só encerram por volta das 18h.
Em Lisboa, cada castanheiro tem o seu lugar previamente estipulado, por isso é fácil reconhecer quem está onde. Se ainda assim não tiver reparado onde estão, a NiT preparou uma lista dos locais exatos onde pode comprar as castanhas assadas.
Ao sair do metro na zona dos Restauradores, na Rua 1º de Dezembro, encontra uma pequena banca. Seguindo em direção à Praça D. Pedro IV, conhecida como Rossio, há outro ponto de venda em frente à loja Mundo Encantado da Sardinha.
Se preferir subir ao Chiado, deixe-se guiar pelo aroma das castanhas até ao Largo do Camões, onde encontrará outro assador. Já na Rua Augusta, o roteiro inclui um vendedor logo no início e outro a meio, no cruzamento com a Rua de Santa Justa. Na Praça da Figueira, ao lado, o pregão “quentes e boas” anuncia mais um carrinho.