Com mais de 700 anos de história, o Convento de Santa Clara, o imponente edifício que começou por ser um convento feminino em Vila do Conde, renasceu em 2024. É nos espaços do The Lince Santa Clara que irá ter lugar a oitava edição do Mercado do Castelo, que até então aconteceu em Braga, no Castelo do Bom Jesus. O evento, marcado para 3 e 4 de maio, vai reunir várias marcas portuguesas — e uma das estreias é a Johny Shark, criada no início de 2024 e que apresenta um limoncello feito com limões de Ponte de Lima.
Para contar a história deste licor cítrico é preciso recuar até 2015, quando João Ascenção viajou com a mulher até ao México. Durante as férias na Riviera Maya, visitaram plantações de agave e João, que é gestor hoteleiro de profissão, ficou fascinado com a forma como os mexicanos criaram uma bebida nacional tão versátil, servida tanto como digestivo como em cocktails. E constatou que em Portugal “não havia nada semelhante”.
O vinho do Porto, da Madeira e o Moscatel são clássicos intocáveis, mas raramente usados em misturas. Foi aí que João, hoje com 37 anos, começou a imaginar uma bebida que funcionasse “em várias frentes” — ou como diz, “em vários copos”. A ideia ficou na gaveta até à pandemia, quando a quebra na ocupação do hotel onde trabalha, o Eurostars no Porto, lhe deu tempo para avançar com a ideia. Consultou destilarias e começou a testar receitas.
O ponto de partida foi óbvio: os limões. “A família da minha mulher tem uma quinta em Ponte de Lima com vários limoeiros e, por isso, seria mais fácil ter a minha matéria-prima. Com isto definido, passei a fazer provas cegas para perceber que tipo de sabores queria”, conta à NiT.
Durante os testes percebeu que o limoncello era uma das suas bebidas preferidas — e que continuava subvalorizado, sobretudo em cocktails. Decidiu então criar um limoncello artesanal, sem corantes nem conservantes. Em 2024, nasceu o Johny Shark, um licor feito a partir da maceração de cascas de limão com álcool e açúcar. O segredo, afirma, está nos limões escolhidos à mão na quinta dos sogros e misturados com aguardente vínica e açúcar. Tudo é feito artesanalmente, o que garante “frescura e intensidade no sabor”.

O nome da marca tem uma história peculiar. Surgiu durante uma prova de crossfit, em que João superou as expectativas na parte da natação. “A minha treinadora teve uma saída engraçada. Disse ‘Johny foste mesmo shark’ e achei piada”, recorda.
Com o branding centrado nessa frase, apresentou a bebida: “Temos um limoncello nacional, com uma fragrância natural, frutada e intensa. Estes elementos acabam por conferir-lhe um sabor equilibrado, puro, revigorante e até envolvente”, explica.
As primeiras vendas foram feitas online, mas rapidamente começaram a surgir parcerias com garrafeiras e restaurantes. A presença no Mercado do Castelo, segundo João, é mais uma oportunidade para dar a conhecer o Johny Shark a novos públicos. Atualmente, está disponível no bar do Eurostars Porto, na Garrafeira Nacional e no Café da Franc, no Mar Shopping.
Em abril, lançou ainda dois e-books com receitas de cocktails, como uma caipirinha com limoncello, para quem quiser experimentar em casa.
Cada garrafa tem 700 mililitros, 29% de álcool e custa 39€. A marca recomenda que seja servida bem fresca e guardada no congelador, longe da luz solar. E no fim de semana de 8 e 9 de maio, pode provar o Johny Shark no Mercado do Castelo, no Lince Hotel, em Vila do Conde.
Durante o fim de semana de 3 e 4 de maio, pode ser provado no Mercado do Castelo, que acontece no Lince Hotel, em Vila do Conde.