Gourmet e Vinhos

Maioria dos portugueses aceita comer menos carne para proteger o ambiente

O novo estudo revela que muitos gostavam até que o governo aplicasse medidas mais rígidas neste setor.
Uma medida razoável.

Quatro em cada cinco pessoas que vivem países que fazem parte União Europeia afirmam que sentem os efeitos das alterações climáticas no seu dia a dia. Porém, 87 por cento dizem que os governos estão a ser demasiado lentos a tomar medidas para combater estas alterações.

Os números foram divulgados a 21 de março, num estudo realizado pelo Banco Europeu de Investimento. O documento mostra ainda que um em cada cinco jovens portugueses com menos de 30 anos, quando procura trabalho, tem no topo das suas preocupações a sustentabilidade ambiental do futuro empregador.

Outra conclusão surpreendente revela que 84 por cento dos portugueses aceitariam que o governo aplicasse medidas mais rígidas para encorajar mudanças no comportamento. No resto da União Europeia, apenas 66 por cento da população preferem este tipo de ações (72 por cento nas camadas mais jovens).

Uma das medidas mais consensuais é, então, indicar a pegada ambiental nos rótulos de todos os produtos alimentares. Medida esta que foi apoiada por 90 por cento dos portugueses.

“Esta atitude poderia ter um grande impacto, tendo em conta que o sector alimentar engloba as emissões da agricultura, pecuária, transporte e processamento dos produtos”, lê-se no relatório.

Dois terços da população estão a favor da aplicação de um sistema de “orçamento de carbono” sobre o consumo com impacto ambiental, que atribuísse um limite de créditos para a compra, por exemplo, de bens não essenciais, voos ou mesmo carne.

Mais de metade (57 por cento) dos portugueses aceitaria ainda uma limitação à quantidade de carne e produtos lácteos que cada pessoa poderia comprar. No fundo, os inquiridos consideram que diminuir o consumo destes produtos de origem animal é uma forma eficaz de reduzir a emissão de gases com efeito de estufa.

Entre os inquiridos, foram as pessoas com menos rendimentos que mais apoiaram esta ideia de créditos de carbono para limitar o consumo. Aliás, em geral, 67 por cento dos portugueses dizem estar dispostos a pagar um pouco mais por alimentos com menor pegada ambiental. Ou seja, produzidos localmente e de forma sustentável.

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