Elegante, cremoso e equilibrado da casta Arinto. É assim que os melhores enólogos descrevem o grande premiado do último Concurso de Vinhos e Espumantes 2023, organizado pela Comissão Vitivinícola da Bairrada. O Original Reserva Branco 2020 alcançou a medalha Grande Ouro na sua categoria e foi ainda o vinho mais votado na competição.
Com aroma tostado, notas florais de laranjeira, tília e alperce, tem um sabor complexo e uma acidez viva. Junta-se um final de boca elegante e longo, que conquistou totalmente o júri. Está à venda por 8,5€ na PT Wine e na rede de distribuidores nacionais da Quatro Cravos.
O Original faz parte de uma linha da Quatro Cravos, produtor bairradino que conta ainda com a Adega Original, Adega Cravo e Positivewine no seu portefólio. Se a história desta empresa começou em 1911, como a NiT já contou, foi desde 2014, com a liderança de Alberto Cravo, que a sustentabilidade se tornou num dos principais pilares da produção.
“Um dos pontos fundamentais do seu modelo de negócio, sendo um apaixonado pelas suas raízes, foi a sustentabilidade ambiental. As suas preciosas memórias de infância assim o exigiam”, conta o enólogo Nuno Bastos, acrescentando que esta é a resposta a uma procura crescente. “Os consumidores, nomeadamente os mais jovens, estão cada vez mais conscientes para a sustentabilidade do planeta e procuram produtos que apresentem essa preocupação por parte das empresas que os produzem, numa tentativa de mitigar os efeitos que a agricultura possa ter no ambiente”.
Nesta linha, há uma procura entre o equilíbrio da defesa do ecossistema existente e a gestão eficiente de recursos, sempre com a garantia de obter um produto final de elevada qualidade.
“A nossa viticultura tem como missão interferir o mínimo no ecossistema presente de cada vinha. Grande parte das nossas vinhas encontram-se rodeadas por sebes naturais, com espécies vegetais típicas da região, pois acreditamos que assim promovemos um refúgio para os organismos auxiliares da vinha, o que nos vai permitir diminuir a população de algumas pragas da vinha, e por consequência diminuição de aplicações de inseticidas e fungicidas”, explica a responsável pela viticultura da Quatro Cravos, Raquel Dias.
Assim, de forma a contornar as soluções mais invasivas e tóxicas, na quinta recorre-se à monitorização dos inimigos da cultura e infestantes, que reduz a necessidade de aplicar fitofármacos. Existe ainda um controlo com alfaias agrícolas, em vez da utilização de herbicidas, que já foram completamente abolidos das práticas por aqui.
Com menos interferência — e, acima de tudo, químicos —, estas uvas “respeitam a qualidade alimentar”. E são, também por isso, um fator para a qualidade do produto final que, combinado com o conhecimento dos enólogos, produz vinhos dignos de distinção.