Michel Guérard, um dos pais da nouvelle cuisine francesa, morreu aos 91 anos. O chef morreu na madrugada de domingo, 18 de agosto, na sua casa em Eugénie-les-Bains, França. A notícia foi avançada por Florence Pelizzari, secretária do cozinheiro, e o autarca da cidade, Philippe Brethes.
O percurso do cozinheiro francês é notável. Recebeu três estrelas Michelin no restaurante Les Prés d’Eugénie, pela “cozinha inovadora e equilibrada” e manteve-as durantr 47 anos. O guia homenageou “a lenda” que “maravilhou críticos e inspirou chefs do mundo inteiro com um estilo de vanguarda focado na qualidade e na valorização de ingredientes simples e naturais”.
Graças a este conhecido equilíbrio na cozinha, Guérard somou elogios internacionais e foi o primeiro chef a estar presente na capa da revista “Time”. O francês queria mudar a cozinha, aliviando o teor de gordura e açúcar dos molhos e condimentos, sem abrir mão do “sabor como objetivo, que tem como conclusão o prazer”. Um dos maiores exemplos da inovação está na receita do bolo Paris-Brest, em que o cozinheiro substituiu o creme de pasteleiro por uma combinação de claras batidas até o ponto de neve “e uma ponta de nata”.
Esta procura incessante valeu-lhe o título de pai da nouvelle cuisine ao lado e chefs como Paul Bocuse, os irmãos Troisgros e o seu antigo mentor Jean Delaveyne. Estes mudaram de forma radical as receita da cozinha burguesa francesa para as adaptar às preocupações dos clientes que queriam comer bem, mas de forma saudável. No entanto, foi com o lançamento do livro “La Grande Cuisine Minceur”, em 1976, que levou este estilo (e o nome do chef) a todo o mundo. A obra vendeu mais de um milhão de cópias.