Gourmet e Vinhos

Novas colheitas Casa Velha provam que em Favaios, há vida para lá do moscatel

O rótulo da Adega de Favaios viaja até 1974, data de produção do primeiro tinto reserva, que é agora celebrada com três novas colheitas.

Em 1974, era produzido o primeiro Casa Velha, rótulo criado pela Adega de Favaios, e que nesse célebre ano estreou o seu primeiro tinto reserva — que só haveria de chegar ao mercado em 78. 50 anos depois, a história continua a ser contada. E se o nome nos leva imediatamente para os sabores mais doces do Moscatel, a verdade é que por lá se produzem diversos vinhos DOC Douro.

Essa produção é, de resto, tão antiga quanto a produção de vinhos de mesa, que arranca em 1952 e logo em 1961 salta para uma aposta na venda em garrafa. Hoje, a marca Casa Velha serve de emblema aos “outros” vinhos de Favaios, com a direção de enologia da responsabilidade de Miguel Ferreira.

“O trabalho iniciado em 2001 nos brancos começa agora a alargar-se aos tintos. Estamos numa zona privilegiada para os brancos, mas a evolução climática tem revelado parcelas de vinhas tintas de grande qualidade, especialmente nas encostas entre os 250 e 400 metros”, refere o enólogo.

Chegam assim ao mercado as novas colheitas: o tinto reserva de 2021; e os brancos de 2022. No que toca ao tinto (12€), ele só é produzido quando as uvas dos associados apresentam qualidade suficiente para a sua produção — e 2021 foi um desses anos, que permitiu criar este blend de Touriga Franca, Tinta Roriz e Touriga Nacional, que estagiam 18 meses em barrica de carvalho francês e mais seis meses em garrafa. Com 14,5% de álcool, é, segundo o produtor, um vinho com “boa complexidade” onde sobressaem “aromas florais, frutos vermelhos maduros e especiarias”.

Já o Casa Velha Reserva branco exibe um blend marcado pela presença de viosinho e gouveio e, em menor expressão, da rabigato. O vinho com selo vegan passa por uma maceração pré-fermentação, antes de uma fermentação e estágio em barricas durante 12 meses — 30 por cento do lote fica-se pelo inox. Há ainda um estágio final de seis meses sobre as borras finas, que resultam num vinho com predominância de “frutas de caroço e citrinos”. Custa 11€.

O trio fecha-se com o Grande Reserva, que junta ao mesmo blend um pouco de arinto, que se junta ao rabigato num estágio em inox; ao passo que a maioria do lote (90 por cento) fermenta e estagia em barricas de carvalho. Tal como o reserva, é feito um estágio final de seis meses com as borras finas. Resulta num vinho com destaque de “notas vegetais e citrinas”, alguma “cremosidade e acidez em harmonia”. Custa 16€.

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