“Estávamos a tentar encontrar trabalho, mas na nossa área [hotelaria] estava impossível. A única maneira de estarmos juntos no mesmo país era termos um negócio próprio”, explica à NiT Mariana Sampaio, 25 anos. Trabalhava num hotel em Lisboa, mas viu o contrato não ser renovado. O mesmo aconteceu com o namorado, Xavi Colomer, 27, que estava no Camboja.
A primeira ideia era conseguirem trabalho no mesmo hotel, mas a pandemia tornou esse sonho difícil. Ainda assim não ficaram parados e em poucos meses abriram um negócio próprio em Lisboa, a Aloendro, uma mercearia tradicional, perto das Laranjeiras e do Alto dos Moinhos.
“A minha mãe adora este tipo de negócios e até nos lançou o desafio. Como estava difícil na nossa área, e como o Xavi sempre quis ter algo próprio e trabalhar para si, decidimos avançar.”
A experiência na área era nula, mas os conhecimentos de gestão hoteleira, conseguidos no mestrado que tiraram juntos em Barcelona, Espanha, em 2018, quando se conheceram, deram-lhes algumas bases que viriam a usar para o projeto da Aloendro. A mercearia abriu a 23 de dezembro, mas antes houve muito trabalho de pesquisa e viagens pelo País.
“Em outubro começámos a pesquisar e a conhecer fornecedores da Beira Interior e do norte do País. Sempre valorizámos muito conhecer o produto. Queríamos conhecer a história para depois a contarmos aos clientes. Fizemos muitos contactos e até fomos ao Alentejo, de onde vem a minha família.”
A escolha da zona na cidade para abrirem não foi complicada. “Conhecia bem esta área das Laranjeiras e do Alto dos Moinhos. Há existia muito comércio local, mas não uma mercearia com produtos regionais.”
Em poucas semanas organizaram todo o espaço para receber os mais variados artigos. Desde os mais comuns frutas e legumes, à charcutaria do Alentejo, aos queijos de norte a sul do País e também das Ilhas, encontra uma grande oferta.
Têm uma zona a granel, alguns produtos de mercearia e até uma área dedicada ao pão com sugestões diferentes durante toda a semana. Há desde broa de milho do alentejo, propostas da panificadora de Carnide ou até da padaria artesanal Gleba.
A pouca experiência que tinham de início assustou-os um pouco, mas estão bastante satisfeitos com a receção das pessoas ao longo destes três meses de negócio. “Não sabíamos como era e de repente ficámos com um negócio a trabalhar 15 horas por dia. Está a funcionar melhor do que estávamos à espera. As frutas e legumes é o que as pessoas mais procuram.
Tentam ter muita variedade, mas em pouca quantidade, tudo para evitar o desperdício. Às sextas vão arrancar com um mercado biológico que irá juntar sugestões da Quinta dos Medronheiros, da zona de Sesimbra.
Todas as semanas criam ainda um capaz com uma seleção de frutas e legumes. O preço é sempre o mesmo (16€) e fica disponível às quintas-feiras, tanto para recolha no espaço como com entregas ao domicílio. É nas redes sociais que partilham o que compõe o cabaz todas as semanas.
Carregue na galeria para conhecer melhor a nova mercearia Aloendro.