Gourmet e Vinhos

O preço do arroz carolino subiu 94% desde o início da guerra na Ucrânia

Não foi o único alimento a encarecer, mas é o que mais se destaca. Os cereais, carapau ou alface também custam mais.
Os cereais também aumentaram.

Há 11 meses, o arroz carolino, a alface frisada, a polpa de tomate, as cenouras, o açúcar branco, a couve coração, o carapau, o leite UHT meio gordo, a batata vermelha e as bolachas Maria custavam, no total, cerca de 14€. Atualmente, têm um preço médio de 21,27€. Estes foram os produtos que mais subiram de preço entre 23 de fevereiro de 2022, a véspera da invasão russa, e 25 de janeiro de 2023, segundo dados da Deco Proteste, citada pela “CNN Portugal”.

O valor por quilo do arroz carolino registou a maior escalada. Passou de uma média de 1,14€ para 2,21€, o que representa uma subida de 94 por cento. Segue-se a alface frisada, que aumentou de 2,06€ para 3,42€ (66 por cento). Entre os dez produtos que ficaram mais caros, a batata vermelha foi a que menos subiu mas, mesmo assim, conheceu a oscilação foi considerável — passou de 0,91€ para 1,25€ (mais 37 por cento).

Os dados da Deco Proteste analisam o custo de um cabaz com 63 produtos alimentares essenciais com base em 11 marcas. Desde o início da guerra na Ucrânia, este já registou uma subida de, pelo menos, 35,28€ (19,2 por cento). Os valores são analisados semanalmente e, no primeiro mês de 2023, a polpa de tomate foi um dos produtos que mais se destacou. Entre 4 e 25 de janeiro aumentou 20 cêntimos. Custa atualmente 1,47€, o que representa uma subida de 16 por cento. Desde que estalou o conflito, o preço aumentou 65 por cento (58 cêntimos).

Outros alimentos ficaram encareceram significativamente apenas na semana de 18 a 25 de janeiro. O carapau passou de 4,45€ para 4,80€ (oito por cento), a maçã gala aumentou de 1,97€ para 2,13€ (oito por cento) e o preço dos cereais para o pequeno-almoço escalou oito por cento — a 18 de janeiro custavam 2,09€ e a 25 estavam à venda por uma média de 2,26€.

Iogurte líquido de morango (de 2,39€ para 2,57€), peixe espada preto (7,64€ para 7,94€), laranja (1,35€ para 1,40€), alface frisada (3,31€ para 3,42€), couve coração (1,46€ para 1,51€) e peito de peru fatiado (2,28€ para 2,36€), foram outros dos produtos que mais aumentaram. Mesmo assim, há notícias positivas. Se compararmos com a semana anterior, o preço do cabaz com 63 alimentos essenciais diminuiu 5,76€ (menos 2,5 por cento), para um total de 218,91€.

Em Portugal, os cereais representam apenas 3,5 por cento da produção agrícola. A Ucrânia era um dos principais fornecedores de muitos países da União Europeia, incluindo o nosso. Com a guerra, o sector — que já lidava com as consequências da pandemia e da seca, que tiveram um forte impacto na produção — ficou ainda mais pressionado.

O aumento do custo da energia, que é necessária à indústria agroalimentar, também se tem refletido nos preços nos mercados internacionais. Consequentemente, também sobem os custos para o consumidor de produtos como a carne, hortofrutícolas, cereais e óleo vegetal. O peixe também está a aumentar, refletindo a subida dos preços dos combustíveis.

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