Um aroma único e generosidade no momento de acrescentar os frutos secos à massa. As duas principais características do Melhor Bolo-Rei de Portugal são fáceis de descrever, mas difíceis de replicar — como contou à NiT Célia Campos. A empreendedora de 29 anos é proprietária da Padaria e Pastelaria Juvenal da Rotunda, a grande vencedora do concurso organizado pela ACIP (Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares), que decorreu a 25 de novembro, em Coimbra.
Os pasteleiros de Valpaços conquistaram também outra medalha de ouro e ainda uma de bronze nas restantes categorias. Os 25 jurados provaram todos os bolos às cegas, para tornar a escolha o mais justa possível.
Célia revelou à NiT parte do segredo da receita vencedora. “As nossas massas de pastelaria são todas distintas, mas há quem utilize a mesma para diferentes bolos”, começa por frisar. O marido, Ivo Conde (de 31 anos) é o pasteleiro que as amassa à mão — e o responsável por manter a diversidade agora premiada.
A produção é toda feita pelo casal, que trabalham juntos há 7 anos. Desde que se lançaram na “aventura dos bolos”, seguem à risca processo de fabrico tradicional: “As principal diferença do nosso bolo-rei está na farinha. Há quem utilize farinhas já com sabor, mas nós fazemos esse processo artesanalmente”.
A massa é aromatizada com bebidas alcoólicas, laranjas, tangerinas ou limões pelo pasteleiro. “Esta é a grande diferença, já que é muito difícil conseguir replicar a nossa massa.” Aliás, é isso que torna cada bolo especial e único, uma vez que o sabor de cada um depende das quantidades dos aromas usados a cada fornada.
A pastelaria fica na Av. Dr. Francisco Sá Carneiro em Valpaços (Vila Real), na região de Trás-dos-Monte. E estão não foi a primeira vez que Célia e Ivo participaram no concurso — em 2022, a receita do casal acabou por final em quarto lugar. Este ano regressara, em força e alcançaram o pódio com o bolo-rei, um escangalhado e o bolo rainha. Nas primeiras duas categorias, a pastelaria venceu e na última ficou em terceiro lugar.

“Só participamos no concurso estes dois anos. O ano passado, ainda éramos inexperientes, não relativamente ao bolo, mas ao concurso e por isso não calculamos bem o tempo necessário e acabou por não levedar o tempo preciso”, explica Célia, acrescentando que a massa precisa aproximadamente de uma hora para atingir o volume ideal.
O rácio de frutas é outro dos elementos essenciais: “Gostamos sempre de ser generosos com as quantidades. Por cada quilo de massa, tentamos que 200 gramas sejam de frutos secos e 300 de frutas cristalizadas”, afirma.
Uma das preocupações de Célia é a origem dos ingredientes. “Tentamos que sejam maioritariamente da região, é uma forma de levarmos Vila Real ao resto do País e o melhor que se faz por cá, nomeadamente em Valpaços”, salienta. Porém, admite que esta opção acaba por ser um desafio, já que o sucesso das colheitas em Trás-dos-Montes “depende bastante das condições atmosféricas e nem todos os anos são bons”.
Apesar da entrega do prémio ter acontecido há poucos, a pastelaria já está a vender mais de 200 bolos-rei por dia. E admitem que, por vezes, sentem dificuldade em dar a mesma resposta aos pedidos: “Tentamos que levem sempre o bolo mais fresco possível e, dada a procura, o principal condicionamento é que acabarmos por não conseguir vender a toda a gente fornadas ainda quentes”.
O bolo-rei tradicional é vendido a 13,50€ ao quilo. Caso não seja espacialmente fã de frutas cristalizadas, pode sempre pedir uma das restantes variedades, como o bolo escangalhado (16€), o bolo-rainha (14€), de chocolate, ananás e coco (13€), de maçã e canela (13€) e ainda de castanha e frutos secos (13€).
Se quiser provar o Melhor Bolo-Rei de Portugal, a Padaria e Pastelaria Juvenal da Rotunda aceita encomendas até 20 de dezembro e chegam ao destino em apenas um dia útil. Os pedidos devem ser telefone (935 365 782). Carregue na galeria para conhecer de perto as receitas vencedoras.