A tendência não é de agora, mas parece que está a crescer no mundo da produção de vinhos. Longe vão os tempos em que uma garrafa para envelhecer era simplesmente colocada numa adega escura a uma temperatura controlada e com algum pó, claro. São vários os casos de envelhecimento feito no fundo do oceano. O mais recente chega da Argentina, que depois comparou a referência com a mesma que ficou em estágio em terra.
A marca Wapisa, que fica na zona de Río Negro, anunciou em 2020 que ia colocar no Oceano Atlântico 1500 garrafas da colheita Malbec 2017. As referências foram deixadas no mar, muito perto da costa de Las Grutas, entre 6 a 15 metros de profundidade.
“Estávamos curiosos para perceber se o envelhecimento subaquático poderia realmente permitir ter vinhos jovens com o benefício da maturidade”, explicou à “Food&Wine” Patricia Ortiz, a fundadora da empresa. Em prova notaram várias diferenças.
“Provámos o vinho envelhecido debaixo de água e outro idêntico envelhecidos em adega, e a diferença foi espantosa: o primeiro era mais elegante e com fruta mais fresca”, continuou.
No oceano, a baixa temperatura consistente e a pressão adicional vão criar uma experiência diferente ao processo de envelhecimento. No site da Wapisa é explicado que a ciência popular afirma que três anos de envelhecimento numa adega correspondem a um ano debaixo de água.
Patricia Ortiz refere que já têm a ideia de voltar a fazer o mesmo processo com outras garrafas. Esta é uma tendência que tem vindo a crescer e a prova é que foi realizado o primeiro congresso do género em 2019, o Underwater Wine Congress.
Já está marcado outro para este ano que vai acontecer em Bilbao, Espanha.