Um bom copo de vinho à refeição é uma tradição quase tão portuguesa quanto o fado. No entanto, não é, muitas vezes, a bebida indicada para quem está de dieta. O álcool deve ser bebido com moderação, visto que é altamente calórico. Um copo de vinho tem cerca de 120 calorias e uma cerveja tem 142.
“No entanto, não é necessário abdicar do vinho para conseguir manter a dieta”, explica à NiT a nutricionista Cátia Gomes.
É preciso ter cuidado, porém, com o tipo de vinho que escolhemos para cada dieta. Os elementos de alguns rótulos adequam-se melhor ao regime alimentar específico que seguimos diariamente. As duas dietas mais populares entre os portugueses são a mediterrânica e a vegan. E cada uma tem garrafas de vinho próprias para acompanhar.
A mediterrânica é classificada como um dos regimes alimentares mais saudáveis para quase toda a gente. Com base nos padrões alimentares dos habitantes da Grécia e do sul de Itália nos anos 60, esta dieta caracteriza-se pelo seu baixo teor de gordura saturada. Engloba principalmente vegetais, legumes, fruta, frutos secos e cereais integrais, e apresenta o azeite como a principal fonte de gordura adicionada. Embora a dieta mediterrânica seja predominantemente baseada em plantas, inclui também quantidades moderadas de peixe e lacticínios, bem como pequenas quantidades de ovos, aves, e carne vermelha.
“A dieta mediterrânica é um conjunto de padrões e hábitos alimentares que assentam em alimentos sazonais, vegetais, azeite como gordura de eleição”, acrescenta Sónia Marcelo, a nutricionista responsável pelo blogue “Dicas de Uma Dietista”.
Este tipo de dieta tem mais seguidores devido à sua flexibilidade. Nenhum alimento ou grupo alimentar se encontra fora dos limites — mesmo os doces e o vinho tinto são permitidos. Caso este seja o seu regime favorito, há uma classe de vinhos que se adequa perfeitamente às refeições: os tintos secos.
Esta opção é caracterizada por conter uma quantidade muito baixa de açúcar, o que acaba por complementar idealmente a dieta mediterrânica — até porque esta permite o consumo de doces. Assim, acaba por comer e beber aquilo de que gosta sem exceder qualquer limite diário.
Por outro lado, a dieta vegan é conhecida pelas várias restrições que impõe. Como todos sabemos, não se pode consumir nada que seja derivado de animais. Este estilo de vida é, segundo a Vegan Society, “um modo de viver que procura excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra os animais — seja na alimentação, no vestuário ou noutras esferas do consumo.”
Embora o vinho seja feito com fruta, as uvas, isto não significa que seja automaticamente uma bebida vegan. Durante o seu processo podem ser usados alguns produtos animais. “Uma das etapas que envolve a vinificação de um vinho é o processo de clarificação — que, basicamente, consiste na separação das partículas sólidas (o mosto) que ainda persistem a fim de clarificar/filtrar o líquido — normalmente recorre-se, por exemplo, à adição de gelatinas de origem animal (como, por exemplo a de porco) à cola de peixe ou à clara de ovo para que este processo ocorra mais rapidamente”, pode-se ler na revista especializada “Revista de Vinhos”.
Atualmente, e com o crescimento dos adeptos deste estilo de vida, os vinhos que não recorrem a qualquer produto ou tipo de crueldade animal são rotulados geralmente com um pequeno selo a dizer “vegan”. Serão mais difíceis de encontrar no supermercado, uma vez ainda não estão tão generalizados, mas pode encontrar alguns exemplos na Internet, como o Vinho Tinto Marques De Caceres Crianza que se encontra à venda por 8,95€.