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Pastel de feijão de Torres Vedras vai receber certificação geográfica

A União Europeia aprovou o processo iniciado em 2013 para certificar as características únicas da especialidade conventual.
É um doce conventual.

Uma nova especialidade portuguesa está prestes a ser reconhecida com Indicação Geográfica Protegida (IGP). Após uma década de esforços, o pastel de feijão de Torres Vedras será oficialmente um dos bolos com esta certificação atribuída pela União Europeia. A proposta está em consulta pública desde 16 janeiro, que se prolongará por três meses, para oficializar a certificação.

O pastel de feijão, tal como muitos doces conventuais, ultrapassou as barreiras dos espaços religiosos e chegou às mesas dos portugueses, especialmente aos que habitam no município de Torres Vedras. 

A lenda conta que uma mulher da região se apropriou da receita e começou a fabricar e vender os pastéis de porta em porta. Acabou por fundar um negócio que foi posteriormente dividido em diferentes lojas pelas gerações seguintes. 

A versão tradicional inclui açúcar, amêndoa, feijão e gema de ovo, formando um recheio que é envolto numa camada fina e crocante, sendo depois levado ao forno para cozer.

O processo de certificação teve início em 2013, impulsionado pela ACIRO e pela Câmara Municipal de Torres Vedras. Após mais de dez anos, o pastel de feijão obteve finalmente a distinção. Com esta nova classificação, as empresas autorizadas a produzir o bolo poderão beneficiar de “mais-valias económicas”. No concelho, existem 30 fabricantes, mas apenas 20 participaram neste processo.

“A certificação é fundamental para garantir um selo de qualidade que protege a marca, permitindo assim que os consumidores reconheçam melhor a qualidade do doce”, declarou João Esteveira, presidente da Associação Comercial e Industrial da Região Oeste (ACIRO), responsável pelo pedido de certificação, citado pelo “Observador”.

Anualmente, são produzidos cerca de 1,5 milhões de pastéis de feijão, gerando um retorno de meio milhão de euros para a economia local, segundo o mesmo jornal. Com a atualização da certificação, prevê-se que este valor aumente, especialmente quando os fabricantes começarem a comercializar os bolos em grandes superfícies.

 

 

 

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