Cada português come cerca de 16 quilos de arroz branco por ano — um valor quatro vezes superior à média europeia. Em 2023, porém, é provável que o consumo desça.
O preço médio deste cereal tem escalado vertiginosamente nos últimos meses. No Continente, por exemplo, o preço por quilo varia entre 1,08€ (agulha produzido na Europa de marca própria) e 5,65€ (selvagem da Caçarola, importado do Canadá) — valor este que muitos consideram ser exagerado.
E se o aumento até pode passar despercebido nalgumas variedades, noutras até os mais distraídos repararam. O valor por quilo do arroz carolino registou a maior escalada. No espaço de um ano, passou de uma média de 1,14€ por quilo para 2,21€, o que representa uma subida de 94 por cento.
Não há dúvidas: o preço do arroz nos mercados internacionais está em máximos de mais de uma década — e as previsões não são animadoras. Afinal, o maior produtor mundial, a China, enfrenta riscos de chuvas e inundações, o que pressiona ainda mais o preço.
De acordo com a CNBC, que cita um relatório da agência Fitch, os níveis de alerta de inundação subiram em três províncias chinesas responsáveis por 23 por cento da produção de arroz do país.
A mesma publicação lembra que a China, que é a segunda maior economia do mundo, já havia sido afetada por fortes inundações nas últimas semanas. Ainda que os danos não estejam já contabilizados, as previsões revelam que os grãos dos campos inundados vão, provavelmente, reduzir o rendimento das plantações.
A CNBC lembra ainda que os preços globais do arroz atingiram o nível mais alto em quase 12 anos, de acordo com o ‘Food and Agriculture Organization All Rice Price Index’. Além disso, outros analistas estimam que os preços vão continuar a subir também impulsionados pelo facto de a Índia ter proibido as exportações de arroz branco não-basmati no mês passado e depois de a Tailândia ter pedido aos agricultores que plantassem menos arroz para economizar água.
Por cá, Mário Coelho, importador/exportador de arroz, disse à ‘SIC Notícias’ que “há uma subida, mas não é nada de alarmante em termos de diferenciais de preço”. O profissional explica que “estão a haver correções [de preços], normais”. Contudo, admite que a “tendência é de subida”.