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Sem gás e sem açúcar. Este é o vinho branco português perfeito para o verão

Bico Amarelo chega diretamente da região dos vinhos verdes. É fresco, leve e perfeito para pratos leves — como peixe, saladas e massas.
O vinho deste verão.

O erro é antigo e perpetua-se para lá do que é razoável. Por isso, vamos já quebrar o tabu: não existe vinho verde. Existem vinhos tintos, brancos, rosés e espumantes e, dentro destes, alguns provêm de uma fantástica região demarcada de Portugal que ficou denominada como Vinho Verde. Os vinhos que daqui saem — da zona de Entre-Douro-e-Minho — tornaram-se conhecidos como vinhos verdes pelas suas características, não sendo no entanto um tipo de vinho. O vinho verde equipara-se a vinhos que provêm do Dão, Douro, Alentejo. Assim, e para que fique totalmente claro: o vinho verde é uma região e não um tipo.

Esclarecida a grande questão, resta-nos falar sobre um vinho branco desta região que tem mesmo de conhecer. O Bico Amarelo está à venda pelo preço recomendado de 5,49€ e é uma opção fresca e leve. Ou seja: acompanha perfeitamente pratos igualmente frescos e leves, como peixe grelhado e saladas. Apesar de não ter gás, esta produção de Ponte de Lima carrega uma acidez que é sentida no paladar, em conjunto com notas cítricas e aromas tropicais. É, claramente, o vinho certo para o verão.

Na composição da colheita de 2022, produzida pelo Esporão, encontram-se três castas que denunciam logo a sua região. “O loureiro confere a frescura, intensidade e exuberância, que se conciliam com a concentração, a fruta mais madura no nariz e a acidez contida do alvarinho. Já o avesso traz-lhe o volume, o equilíbrio e a harmonia na boca”, explica o enólogo do Esporão para vinho Verde e do Douro, Lourenço Charters.

A distinção do Bico Amarelo é ainda resultado da técnica de estágio utilizada, o bâtonnage. Esta traduz-se em mexer as borras do vinho, que ficam no fundo do local onde o vinho estagia, promovendo o seu contacto com as substâncias presentes nas borras. Por serem ricas em aminoácidos, acabam por destacar o paladar e também a textura final do vinho.

Para tardes longas a olhar o céu à procura do melro-preto

O bico amarelo é a característica mais saliente do melro-preto, que combina com as auréolas também amareladas em torno dos olhos. Inconfundível e como uma das aves mais comuns na paisagem da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, acabou por ser Bico Amarelo a designação escolhida pelo Esporão para este vinho que pretende “representar a diversidade da região e das suas principais castas”.

Este vinho tem recebido vários prémios internacionais, Chegou mesmo a fazer parte do top de melhor compra, com 91 pontos, na “Wine & Spirits” em 2019. A recomendação dos especialistas é de que seja consumido entre os 8 e 10 graus. Esta é a temperatura ideal para colher todas as suas qualidades em cada copo. E para o encher, nem precisa de ter muito trabalho. A colheita de 2022 já está a venda nos supermercados habituais.

Apesar de ter nascido no Alentejo, onde tem a herdade com o mesmo nome, o Esporão depressa se expandiu na vinicultura e subiu até norte do País. Além da produção de novos vinhos — dos verdes ao Douro —, a Quinta do Ameal é uma das apostas do crescimento do Esporão nesta região. Trata-se de uma propriedade sobre a qual há registos desde há mais de 300 anos. Hoje, além de se manter ligada à produção de vinho, é um local de enoturismo com degustações, visitas à vinha e alojamento para viver a paz total nestes 30 hectares de área.

Um vinho de Ponte de Lima.

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Este artigo foi escrito em parceria com o Esporão.

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