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Ucrânia acusa Auchan de ser uma “arma da agressão russa”

Uma reportagem revelou que bens vendidos pela cadeia de supermercados têm abastecido militares russos.

“Uma arma da agressão russa.” Foi desta forma que o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano se referiu à cadeia de supermercados francesa na sequência de uma reportagem publicada pelo “Le Monde”.

Uma investigação do jornal francês revelou que bens vendidos por duas empresas pertencentes ao Mulliez Group — que detém as lojas Auchan e Leroy Merlin — foram diretamente parar às mãos dos militares russos na frente de batalha.

Ao jornal francês, a Auchan revelou ter ficado “muito surpreendida” e justificou-se com o facto de os elementos que providenciou à investigação datarem de março de 2022. “Não apoiamos ou participamos, voluntária e ativamente, em qualquer angariação de fundos para as forças russas”, revelou o grupo.

Na Ucrânia, os responsáveis pela cadeia Auchan revelaram estar “chocados” com as revelações e adiantaram que, no país, têm “providenciado assistência aos ucranianos” no valor de mais de um milhão de euros desde o início do conflito.

O ministro ucraniano, Dmytro Kuleba, reforçou as críticas. “No ano passado, apelei a um boicote mundial à Auchan por ter decidido não interromper a atividade na Rússia e continuar a financiar crimes de guerra. No entanto, a realidade parece ser bem pior”, escreveu no Twitter.

Enquanto muitas multinacionais decidiram deixar o mercado russo assim que a invasão teve início, os supermercados Auchan tomaram a decisão de manter os seus espaços abertos. Uma decisão que valeu apelos a boicotes e muitas críticas de todos os setores.

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