Gourmet e Vinhos

Uma das adegas mais bonitas do mundo está escondida na paisagem toscana

A propriedade foi construída em 2012, mas as vinhas estão na família há mais de seis séculos.
Parece envolvida na paisagem.

Em 1385, Giovanni di Piero Antinori, um entusiasta de vinho, começou a produzir a bebida numa pequena propriedade rodeada pelas colinas e planícies da Toscana. Os anos foram passando e o negócio passou de pais para filhos e destes para netos. Atualmente, está na 26ª geração e desde 2012 que as vinhas da família ganharam “uma casa” com adega e restaurante, que até já mereceu um prémio internacional.

Seis séculos depois, a linhagem impressionante foi canalizada para uma vinícola moderna no coração da Toscana que celebra a herança e o know-how de Marchesi Antinori, ao mesmo tempo, em que define o padrão para a vinificação moderna. Projetada por Marco Casamonti e baseada no próprio conceito da família, a vinícola Antinori nel Chianti Classico foi considerada, em 2022, como a melhor vinícola do mundo pela World’s Best Vineyards.

A família apresenta o projeto como “um lugar sagrado de silêncio, um templo dedicado aos antigos rituais de vinificação”. E este foi o resultado de sete anos de engenharia e construção. Com base nas ideias e diretrizes do Marchesi Piero Antinori e as suas filhas Albiera, Allegra e Alessia, a vinícola foi construída pela Archea Associati e Hydea Engineering.

O conceito por trás da construção foi a profunda conexão e respeito da família pela terra, desde os tons terrosos castanhos-avermelhados até aos materiais de construção completamente naturais usados ​​na construção; terracota, madeira, cortiça e vidro, uma homenagem à beleza dos territórios que acolheram os vinhedos da família Antinori por gerações.

Desenhada para ter baixo impacto ambiental e máxima economia de energia, a vinícola é uma estrutura incomum e fascinante. Praticamente invisível aos olhos, a fachada da vinícola aparece como dois elegantes cortes horizontais na paisagem toscana e a característica mais espetacular é a impressionante escada em espiral que liga os três pisos do edifício.

A propriedade foi construída numa das extremidades dos 4,6 hectares de vinhas onde estão patadas sobretudo uvas Sangiovese, Canaiolo, Ciliegiolo, Colorino, Malvasia Nera e Mammolo, e pequenas quantidades do Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc internacionais. Projetada para receber visitantes, a Antinori nel Chianti Classico organiza tours que contam a história da família, explicam como é feito cada vinho que têm no portfólio e fazem ainda uma degustação de cada. Antes ou depois da vista, é possível almoçar no restaurante Rinuccio 1180, que ganhou o nome do fundador, Rinuccio degli Antinori, onde a carta é uma homenagem aos sabores típicos da região.

O local, instalado num terraço com vista panorâmica para as colinas, surpreende com pratos de autor, acompanhados pelos vinhos produzidos nas caves da herdade. As refeições são feitas numa cápsula de vidro suspensa sobre os barris na adega.

Para entrada a equipa sugere “as donzelas” (28€), que não são mais do que alguns produtos estrela da região, como o presunto toscano e carnes curadas com pastel, massa de pão frito, stracchino e picles ou panzanela de bacalhau (18€), uma salada com pão assado, tomate, pepino cebola e bacalhau.

Já para primeiro prato, como manda a tradição italiana, os clientes podem optar por uma carabaccia de cebola (18€), ou um ravióli de queijo de cabra e pimentão assado (21€), ou uma tagliatelle com ragu de coelho (21€). Logo em seguida, para segundo prato, sugerem um cordeiro (27€), com avelãs e uma caponata de legumes, ou um clássico bife florentino com batatas assadas (70€).

No final, os clientes são aconselhados a pedir o famoso tiramisú (8€), uma seleção de queijos artesanais do chef (15€), uma tarte de pêssego, iogurte e pinhão (8€), ou um cantuccini “Mattei” com vin santo (12€).

O preço médio de refeição neste restaurante é de 55€, mas se quiser acrescentar uma visita guiada às caves, os valores sobem 110€, por pessoa. Caso queira comprar alguns dos rótulos, os preços variam entre os 16,75€ para o Chianti Classico Docg Peppoli, um tinto de 2021 e os 40€ para o tinto Marchese Antinori Chianti Classico Riserva.

O restaurante funciona de segunda a sexta, das 9h30 às 17h30. Aos fins de semana carece de reserva prévia.

Como lá chegar

Para visitar uma das adegas mais antigas do mundo tem de apanhar um avião até Florença. De Lisboa encontra voos a 342€, do Porto a 242€ e de Faro 338€. Assim que aterrar pode deslocar-se até à via Cassia per Siena de transportes, numa viagem que demora cerca de uma hora e meia, ou de carro. Caso opte pela segunda sugestão, o tempo encurta para meia hora.

Carregue na galeria para ver mais imagens da adega e do restaurante Antinori nel Chianti Classico.

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