O que têm em comum Jack White, Bob Dylan, Depeche Mode, os Beach Boys e Bruce Springsteen? Além de serem nomes incontornáveis da indústria musical, todos já visitaram o Spiritland. O bar no coração de Londres conhecido por oferecer cocktails de autor enquanto se escuta jazz dos anos 50, deep electronica, country rock ou pop clássico. O conceito fez a sua estreia em Lisboa, no Hotel Locke Santa Joana, no início de setembro.
Entusiastas de “música de todos os géneros” e amantes de bebidas que “valorizam os ingredientes, sem necessidade de exageros” — é assim que Paul Noble, fundador, descreve o público-alvo do espaço.
“O projeto nasceu há uma década, em Londres, inicialmente como um pop-up. Evoluímos e, eventualmente, integrámos uma produtora musical, o que levou à popularidade do bar em Kings Cross. O nosso programa oferece eventos de lançamento de álbuns, festas, jantares e palestras”, salienta o diretor criativo, de 51 anos.
Inspirado na cultura dos bares de música japonesa, onde, segundo Noble, “os álbuns são escutados na íntegra e com grande reverência”, o Spiritland tem um ambiente onde a música ocupa o lugar central, sem se transformar num clube ou em sala de concertos. O britânico descreve o novo bar em Lisboa como um espaço para “melómanos, que explora e celebra todos os estilos e épocas musicais”. Sobre a escolha da localização, o fundador revela que foi “a cidade que os escolheu”.
Embora já estivessem em conversações com o grupo hoteleiro Locke acerca da expansão do conceito para outras capitais europeias, Lisboa surgiu como uma inevitabilidade. “Nos últimos anos, passámos algum tempo por cá e apaixonámo-nos. Sabíamos que era aqui que queríamos estar”, conta Paul Noble. Apesar de não terem escolhido a localização, ficaram encantados com o hotel onde o Spiritland se instalou, situado a poucos passos da Avenida da Liberdade, acrescenta.

Assim como no bar de Londres, o Spiritland em Portugal oferece “um ambiente sofisticado e reservado”. A carta apresenta 14 cocktails de autor, que incluem influências tanto portuguesas como internacionais. A seleção foi elaborada pela equipa de Londres, pelo gerente do bar em Portugal e por “especialistas em bebidas espirituosas que já colaboraram com a marca”.
Entre os cocktails com um toque português, encontramos, por exemplo, o pastel de nata (14€), que combina vodka, limão, xerez de coco torrado e leite de aveia; e o pear & balsamic (14€), feito com rum escuro, balsâmico, pêra e moscatel.
Os apreciadores de whisky podem experimentar o white chocolate & miso (14€), que leva bourbon, miso, chocolate branco e old fashioned, ou optar pelo sour cherry (14€), que combina gin, vermute, ginja e noz, ou podem ainda escolher um clássico cosmopolitan (14€), feito com vodka, sherry, framboesa e citrinos.
“As nossas bebidas têm um estilo específico: não são demasiado complexas, celebram os ingredientes sem qualquer necessidade de floreados”, refere o fundador da marca.
O bar, que fica no piso −3 do Hotel Locke Santa Joana, dispõe de 50 lugares. O balcão, incorporado numa estrutura de madeira recuperada do espaço original, é o destaque da decoração, que inclui vários apontamentos em mármore, sofás em veludo vermelho e “uma bola de espelhos dourada, que gira ao centro e dispersa a luz em todas as direções”.
O nome, “Spiritland”, surgiu durante a abertura do primeiro pop-up em Londres, em outubro de 2014 e é inspirado numa canção de Elkie Brooks.
“Além disso, a tradução literal sugere um lugar mágico para onde a música nos transporta”, explica o diretor criativo. Mais do que um simples bar, o objetivo de Paul Noble é funcionar como um verdadeiro centro cultural dedicado à boa música.
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