Em 2016, o Fatica abria as portas em Santos. Lá dentro, mandava e manda a cozinha brasileira, tal como Pedro de Azevedo e Felipe Resende sempre sonharam. Acontece que oito anos depois, a dupla decidiu investir no mesmo bairro e precisamente noutro restaurante: o Fatica na Brasa, inaugurado a 3 de outubro, agora com maior foco nas carnes grelhadas.
Natural do Brasil, Felipe Resende viajava por Cabo Verde em 2017 quando decidiu mudar-se para a Europa para aperfeiçoar a língua francesa. Recém-chegado à capital, apaixonou-se pela cultura portuguesa e acabou por se fixar no país.
“Como tinha estudado gastronomia, consegui arranjar trabalho como cozinheiro. Comecei no refeitório da Universidade de Lisboa, mas depois fui para a cozinha do Fatica, que tinha aberto há cerca de um ano”, conta Felipe à NiT.
O Fatica tornou-se a casa do chef de 39 anos, que desenvolveu uma grande amizade com Pedro, o proprietário. Durante a pandemia, as vendas diminuíram e, a certo ponto, consideraram vender o espaço. No entanto, decidiram renovar as instalações, o que permitiu superar as dificuldades e recuperar os clientes.
Entretanto, as conversas com amigos do bairro revelaram uma lacuna: a falta de um restaurante que servisse “boa carne”. Apaixonado pela cozinha e sempre disposto a explorar novos conceitos, Felipe e Pedro começaram a procurar um novo espaço, até encontrarem, em 2022, o imóvel a apenas 50 metros do Fatica.
“O espaço estava fechado há muito tempo e precisava de muitas obras. Tentámos gerir o investimento e começámos as obras em julho do ano passado. Ajudámos a destruir algumas paredes e já tínhamos tudo na cabeça para avançar com a churrasqueira”, revela Felipe.
O Fatica na Brasa, inaugurado a 3 de outubro, tem 85 metros quadrados e capacidade para 34 pessoas. A decoração mantém traços industriais, mas destaca-se pela parede em rocha.
O conceito gira em torno da carne, com foco na qualidade das proteínas, acompanhadas por uma carta com cerca de 80 referências de vinhos. “O vinho é ouro neste País. Tínhamos que o incluir na carta para fazer toda a diferença”, afirma. Como incentivo, a segunda garrafa de vinho adquirida tem um desconto de 20%, seja tinto, branco, rosé ou espumante.
Os almoços de semana a 10€, que têm feito sucesso, incluem bebida e café, além de uma proteína com três acompanhamentos à escolha. As opções variam entre bitoque, alheira, frango assado, secretos de porco e atum. Entre os acompanhamentos estão arroz, batata-frita, farofa, salada mista, ovo, legumes assados e couve mineira. “Poucos restaurantes em Lisboa praticam estes preços. Temos consciência das despesas elevadas e quisemos fazê-lo para chegar a mais pessoas”, explica Felipe.
À noite, a carta é mais variada e os preços são ajustados. Entre as entradas, há hummus e caponata com pão (5€), amêijoas à bulhão pato (13,90€) e croquetinhos de carne (2,50€).
Os pratos principais destacam cortes de 250 gramas de carne black angus, como picanha (22€), fraldinha (20€), acém redondo (25€) e coração de alcatra (19€), importados do Uruguai e da Argentina. Os acompanhamentos mantêm-se os mesmos do almoço, a 3,50€ cada. Há ainda uma opção vegetariana: couve coração grelhada com puré de grãos e picles de pimentos (17€).
Inspirados na gastronomia portuguesa, incluíram também pratos como lombo de bacalhau à lagareiro (19€), polvo à lagareiro (22€), lombo de bacalhau com grãos (22€) e filetes de polvo com arroz de feijão (23€). “Não deixamos o peixe ficar de fora porque é importante brindar aos sabores que a terra nos dá. Portugal tem uma gastronomia riquíssima e tem de ser valorizada”, sublinha Felipe.
As sobremesas são todas preparadas no restaurante e incluem panna cota de coco com vinho do Porto e maracujá (6,50€), mousse de chocolate (7€), tiramisu (8€) e abacaxi grelhado com gelado de baunilha e crocante de amendoim (6,50€).
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