Tudo o que os brasileiros fazem com leite condensado dá bom resultado. É provável que conheça melhor os brigadeiros, mas também é possível criar um pudim incrível. Este doce é o grande destaque do mais recente café de Campo de Ourique, em Lisboa. O Puddino abriu a 16 de novembro e, além da versão tradicional, aqui pode experimentar a sobremesa com outros sabores, como Nutella, baunilha ou limão.
Adriana Morais, de 56 anos, é uma das responsáveis pelo projeto. Vive em Lisboa há três anos e depois de trabalhar no mercado financeiro internacional, decidiu fazer contas à vida e virar-se para os doces.
“Este é um pudim típico brasileiro que me traz muitas memórias. Era a sobremesa de família que a minha mãe e avó faziam sempre ao fim de semana”, conta Adriana à NiT. É natural de São Paulo, no Brasil, onde sempre viveu. A receita nunca lhe foi passada escrita pela família, mas acabou por aprender a fazer por observação.
“Era sempre a minha mãe e avó que faziam. Depois de falecerem é que comecei. Quando fiz pela primeira vez, o meu irmão disse: ‘até que enfim alguém fez o pudim como a mãe e a avó faziam’ .” Já em Lisboa, passou a fazer o doce para jantares e reuniões em casas de amigos e foi sempre um sucesso. “Um deles até me disse que só podia entrar em casa dele se levasse o pudim.”
Dos jantares de amigos às encomendas que começaram a fazer foi um passo rápido. Os pedidos foram tantos que no final de 2019 começou a pensar em criar este negócio que acabou por ganhar vida. Um dos grandes impulsionadores, e que também é sócio, foi Francisco Costa, de 58 anos, o “namorido” de Adriana, como lhe chama.
A pandemia atrasou todo o processo e poderia até ter aberto mais cedo. É na loja da Rua Silva Carvalho que são feitos todos os pudins. A base é sempre a mesma: ovos e leite condensado. Depois são acrescentados os restantes ingredientes, consoante o sabor que está a preparar.
É na cave da loja que é feita toda a preparação. No forno são cozidos em banho-maria durante uma hora e meia. Esta é uma das fases que Adriana considera ser um dos grandes segredos do negócio, e por isso não nos acrescenta muito mais.

Os pudins são sempre vendidos em formas de alumínio, tanto na loja em Campo de Ourique como nas entregas ao domicílio que fazem em toda a cidade. Ficam para o cliente. “Servimos sempre em formas novas. Assim o produto chega sempre bem ao cliente.” Cada um tem o prazer de desenformar em casa, com o caramelo caseiro a escorrer da forma, pelo pudim até ao prato.
O tradicional, só com leite condensado, está entre os mais pedidos, mas existem outras versões que vale a pena descobrir. Tem o de café, o de chocolate belga, o de coco, o de baunilha, o de laranja, limão, Nutella e ainda o de pistácio.
Estão disponíveis em três tamanhos: individual, médio (para seis a oito pessoas) e o grande (que chega até 12 fatias). Custam entre 2,80€ e 36€. Ali servem ainda cafés, chás e sumos. Não têm lugares sentados, mas é possível comer por lá o pudim. Em breve vão ter uma esplanada no exterior.
O nome, Puddino, foi dado pelo irmão ainda pequeno, quando ainda não sabia que ia ter este negócio. “Ele não conseguia dizer pudim. Dizia sempre puddino.” A decoração tem vários elementos que remetem para o doce. As paredes estão pintadas com a cor que remete para o caramelo e os candeeiros, feitos em exclusivo para a loja, dão a ideia da calda a escorrer pela forma até ao pudim.
Carregue na galeria para conhecer melhor o novo Puddino.